Mesmo liberadas, quadras do trecho 3 da Orla do Guaíba enfrentam baixa procura

Mesmo liberadas, quadras do trecho 3 da Orla do Guaíba enfrentam baixa procura

Novas amostragens confirmaram a ausência das larvas que causaram a interdição por seis meses, mas poucos agendamentos foram realizados desde a liberação no dia 9 de março

Correio do Povo

A eliminação dos parasitas ocorreu de forma natural, com a contribuição dos raios solares para a esterilização das quadras

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Liberadas há duas semanas depois de seis meses interditadas, as quadras de areia do Trecho 3 da Orla, em Porto Alegre, estão com baixa procura para utilização. O espaço utilizado para prática de beach tennis, futevôlei, vôlei de praia e futebol de areia recebe um movimento abaixo do esperado. Desde a reabertura, somente 139 agendamentos foram realizados.


O uso das quadras está permitido desde o dia 9 de março, depois de novas amostragens, conduzidas pelos laboratórios da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), confirmarem a ausência de larvas de Strongyloides stercoralis e ovos de Taenia sp.


As análises foram realizadas em três pontos das quadras 10 (para futebol de areia) e 19, e em quatro pontos diferentes da quadra 26 (destinada a vôlei de praia, futevôlei e beach tennis). O estudo também não identificou riscos à saúde relacionados aos coliformes totais presentes no local.

Os agendamentos para uso dos espaços, que podem ser feitos através do aplicativo 156+POA, estão liberados desde o dia 8 de março. Até o dia 19 foram realizados 139 agendamentos.

A primeira amostra – que identificou o Strongyloides stercoralis que pode causar diarreia, dor abdominal, sintomas pulmonares e lesões na pele, e os ovos de Taenia que são responsáveis pela teníase – foi coletada em novembro de 2023, com resultado em dezembro.


Os testes foram realizados após a temporada de chuvas ocorrida em setembro que causou inundações em Porto Alegre e que resultou na interdição das quadras. Com o resultado apontando a presença de parasitas, as quadras permaneceram fechadas.


“Precisávamos desse resultado para garantir a liberação dos espaços com segurança para os porto-alegrenses”, afirmou a titular da Secretaria Municipal de Esporte, Lazer e Juventude (Smelj),Débora Garcia.
Embora uma substituição da areia tenha sido considerada e orçada pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), o custo elevado e o tempo necessário para a troca levaram a secretaria a buscar soluções alternativas para a descontaminação da areia. Contudo, a eliminação dos parasitas ocorreu de forma natural, com a contribuição dos raios solares para a esterilização das quadras.


Os resultados foram comparados com a Resolução Conama 247, a mesma utilizada para avaliar a balneabilidade das águas, devido à falta de legislação específica para análise de areias.


“Ficamos felizes em devolver esse equipamento importante para a cidade, com qualidade e segurança para quem usufrui", ressaltou o secretário da Smoi, André Flores.


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