Metroviários da Trensurb aprovam paralisação dos serviços para a próxima segunda-feira

Metroviários da Trensurb aprovam paralisação dos serviços para a próxima segunda-feira

Categoria protesta contra a privatização da empresa

Felipe Samuel

Serviços da Trensurb podem ser afetados na próxima segunda-feira

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Após decisão em assembleia geral no final de abril, os metroviários aprovaram paralisação dos serviços da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A (Trensurb) na próxima segunda-feira. Conforme o Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transporte Metroviário e Conexas do RS (SindimetrôRS), a categoria protesta contra o processo de privatização da empresa, que integra o Programa Nacional de Desestatização (PND), e o corte de pagamento adicional aos seguranças da Trensurb.

O presidente do Sindimetrô, Luis Henrique Chagas explica que várias empresas já foram retiradas do PND, mas a Trensurb segue no processo de privatização. “Nesse período de seis meses, já conversamos com vários ministros, deputados governistas e ninguém nos dá uma posição real, ou seja, tudo indica que a privatização continua. E o que é pior em fevereiro o governo federal renovou os contratos das empresas que estão fazendo a modelagem da privatização da Trensurb”, alerta. 

Segundo Chagas, a paralisação de todos os trens vai causar transtornos à população. “A gente sabe o transtorno muito maior que vai causar caso a Trensurb seja privatizada. É só pegar o exemplo do Rio de Janeiro, que tem a tarifa mais cara do Brasil, São Paulo onde as linhas foram privatizadas e a passagem é de R$ 6,30 e tem constantes acidentes, enquanto no setor público é R$ 4,40. Então o que vem pela frente a gente sabe que é muito pior do que o impacto de um dia”, destaca.

Outro problema que afeta a categoria é a falta de interlocução com a direção da Trensurb sobre a atualização da data-base da convenção coletiva. A gente não sabe sequer com quem vai negociar, porque ainda não trocou a direção da empresa, continuam os diretores indicados pelo governo Bolsonaro. E no mês passado, essa gestão unilateralmente cortou o adicional dos nossos seguranças que está em acordo coletivo”, completa. “É uma promessa de campanha do governo Lula que a Trensurb não seja privatizada”, sustenta.

A Trensurb não quis se manifestar sobre o assunto.


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