Metroviários indicam greve caso governo federal não retire Trensurb do PND em abril

Metroviários indicam greve caso governo federal não retire Trensurb do PND em abril

Apesar de anúncio feito em março, até o momento promessa não foi cumprida

Felipe Faleiro

Trensurb ainda não foi removida do PND, apesar de promessa feita pelo diretor-presidente Fernando Marroni

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O Sindicato dos Metroviários do RS (SindimetrôRS) afirma que espera até o próximo dia 30 para a retirada concreta da Trensurb do Plano Nacional de Desestatização (PND), ou, caso contrário, deliberará a possibilidade de greve dos metroviários em assembleia futura. A informação é da vice-presidente do sindicato, Ana Paula Almada. De acordo com ela, há articulações feitas em conjunto com a CBTU, de Recife/PE, embora as mesmas não estejam formalizadas. Procurada para comentar, a Trensurb disse que se manifestaria ainda nesta tarde.

Assim como o metrô gaúcho, a CBTU ouviu a promessa de remoção do PND por parte do governo federal. No entanto, isto foi descumprido até o momento em ambos os casos. O anúncio da retirada da Trensurb da desestatização, demanda histórica dos sindicatos, que rechaçam a intenção de privatizá-la, foi feito no último dia 5 de março pelo diretor-presidente da estatal, Fernando Marroni, com sinalização de cumprimento da demanda até abril, segundo Ana.

“Porém, até agora, nada de efetivo foi feito. Entendemos, contudo, que o governo vai cumprir o acordado, visto que muitas pessoas do alto escalão se comprometeram publicamente”, afirmou ela. Na ocasião, a Trensurb registrou que “a decisão do governo federal se alinha ao compromisso do diretor-presidente e da atual gestão da empresa com a preservação dos serviços públicos e sua visão estratégica para o fortalecimento da estatal”.

Ainda, a Trensurb, citando fala de Marroni, afirmou que “a decisão pela retirada do PND é mais um passo na direção da promoção do desenvolvimento sustentável e da melhoria da qualidade de vida para a população”. A direção também “esteve à frente da aprovação de resolução do Conselho das Cidades, ligado ao Ministério das Cidades, que recomendou a retirada da empresa e da CBTU do plano”.

Em suas redes sociais, o SindimetrôRS publicou, no começo de abril, que seus representantes estiveram em Brasília um mês antes e haviam retornado “com mais uma promessa de retirada da empresa da lista de privatizações”. Já quanto aos acordos coletivos, a situação está superada desde agosto de 2023, quando, conforme a vice-presidente do SindimetrôRS, o valor foi fechado com validade de dois anos. “Neste acordo, renovamos as cláusulas sociais e obtivemos um reajuste de 3,45%, assim como aumento nos tíquetes. Para este ano, estamos engatilhados com o reajuste do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC)”, salientou Ana.


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