Metroviários prometem mobilização no dia 23, mas descartam nova paralisção

Metroviários prometem mobilização no dia 23, mas descartam nova paralisção

Com expectativa de visita do presidente Lula em junho, categoria manteve estado de greve

Felipe Samuel

Metroviários pedem a troca da direção atual e o início das negociações para recomposição salarial

publicidade

Insatisfeitos com a manutenção do processo de privatização da Empresa de Trens Urbanos de Porto Alegre S.A (Trensurb), metroviários mantiveram nesta quinta-feira o estado de greve, mas descartaram nova paralisação dos serviços em Porto Alegre e Região Metropolitana. A decisão ocorreu nesta quinta-feira, após assembleia da categoria no prédio administrativo da Trensurb. O Sindicato dos Metroviários do RS (Sindimetrô RS) exige a retirada da empresa do Programa Nacional de Desestatização (PND), que determina a privatização dos serviços.

A categoria recuou e descartou uma nova paralisação no dia 23 de maio, Dia Nacional de Lutas contra as Privatizações, Concessões e Terceirizações. A expectativa é contar com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em junho, em atos com movimentos sindicais. A vice-presidente do Sindimetrô, Keity Goularte, explicou que a ideia é realizar um café da manhã com usuários nas estações Mercado e Sapucaia. “O objetivo é explicar que a privatização não é uma boa opção para quem utiliza o metrô. À tarde vamos fazer ato político grande, chamando muitos movimentos sociais e estudantis”, afirmou.

Durante a semana, dirigentes do Sindimetrô se reuniram com interlocutores do governo federal para apresentar as reivindicações da categoria. Os metroviários pedem ainda a troca da direção atual e o início das negociações para recomposição salarial. Eles exigem aumento salarial com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e mais 5%. “A troca de gestão é imprescindível. Estamos com acordo coletivo para ser debatido e até agora não conseguimos debater porque há um impasse na gestão atual. Eles estão com as malas prontas, mas ainda não se retiraram”, ressaltou.

Nos bastidores, PT e MDB disputam a indicação para a direção da Trensurb. Com a presença de Lula, a expectativa do Sindimetrô é de que o presidente se manifeste contrário à privatização da estatal. “Tem bastante declarações contrárias à privatização, mas não tem a retirada da Trensurb do PND. A gente quer chamar atenção do governo para essa situação que não foi resolvida”, alertou. “Há uma expectativa de que não tenha intenção de privatizar, mas a verdade é que a gente não tem nada de concreto. Se não tirar de fato a Trensurb do PND, a gente não vai para nossa mobilização”, completou. A Trensurb não se manifestou sobre os temas.
 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895