Morador de Cachoeirinha é atingido por escombros após temporal e leva 16 pontos na cabeça

Morador de Cachoeirinha é atingido por escombros após temporal e leva 16 pontos na cabeça

Cachoeirinha e Alvorada ainda sofrem com os efeitos da tormenta de uma semana atrás

Felipe Faleiro

Francisco, ao lado do filho Diego, precisou ser encaminhado à UPA do município

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A vida nos municípios de Alvorada e Cachoeirinha, na região metropolitana, está próxima da normalidade após o temporal devastador de terça para quarta-feira da semana passada, porém os problemas persistem, ainda que em menor número, causando transtornos à população. Ambas as cidades registraram diversos danos em árvores, galhos, postes, residências e serviços públicos, e os prejuízos ainda estão em contabilização.

Em Cachoeirinha, onde o atendimento é feito pela RGE, o hidráulico Francisco de Assis Magalhães precisou levar 16 pontos na cabeça depois que o andar superior de um edifício comercial em construção, ao lado da casa da família, na rua Juscelino Kubitschek de Oliveira, bairro Granja Esperança, desabou sobre ela durante o temporal, segundo o filho, o acompanhante terapêutico Diego da Silva Magalhães.

Não estávamos conseguindo descansar, e viemos para a rua ver como estavam os ventos e a chuva. Eu e minha mãe ficamos na porta, e o pai tentando se acalmar. De repente, caíram as coisas em cima do meu pai, por volta das 22h da terça, mas ele logo conseguiu sair”, contou Diego. Francisco foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do município, e lá permaneceu até 6h da quarta. Quando a família voltou, se deparou com o cenário de desolação.

“Estava tudo destruído, várias coisas quebradas e o telhado aberto. Os donos do prédio ao lado se prontificaram a retirar os escombros e repor nossas telhas e todas as demais despesas”, acrescentou. No dia seguinte, ainda com a casa sob escombros, Diego foi para a casa de amigos, enquanto a mãe e o pai foram para a residência de uma tia. “Foi bem chocante, mas estamos reconstruindo tudo e vamos conseguir”.

A luz também oscila constantemente na avenida Manoel Gonçalves Junior, bairro Fátima, segundo Filipe Toso, proprietário de uma borracharia no local. “A gente tem maquinário, trabalha com comércio, então é bem ruim esta situação. Daqui a pouco acaba estragando alguma máquina, e tudo gera custo”, comentou. Enquanto falava, a luz até retornou no local, porém “é questão de tempo até que caia novamente”.

De acordo com ele, a distribuidora de energia “sempre diz que tem uma manutenção sendo feita”. “A luz caiu na terça, retornou na sexta-feira, e até agora está naquele vai e volta. Estamos trabalhando em um modo instável”, disse Toso, que ainda teve um prejuízo de, no mínimo, R$ 10 mil, pois o vendaval da semana passada destelhou seu negócio. Na manhã desta quarta-feira, pessoas trabalhavam na reconstrução do local.

Já em Alvorada, a Administração afirma que as secretarias de Serviços Urbanos e Meio Ambiente continuam retirando galhos e árvores caídas. Já os postes de energia elétrica, cuja responsabilidade é da CEEE Grupo Equatorial, parecem ter menor atenção, dizem os moradores. Na travessa São Luiz, bairro Sumaré, a duas quadras da sede da Prefeitura, uma estrutura de madeira parcialmente tombada sobre a via representava hoje um perigo genuíno aos habitantes e motoristas da área.

A família da auxiliar de cozinha Cátia Soares da Silva tem uma lancheria ao lado deste poste, e afirmou que a luz está em meia fase desde o começo do temporal. O estabelecimento está fechado desde a semana passada. “Ligo para a CEEE, eles vêm aqui, apenas olham e sai. Agora estragaram muitas coisas. Estamos gastando com gelo para manter alguns alimentos e não podemos ligar um ventilador”, comentou ela.

Cátia comenta que o contato com a CEEE, além desta situação, é precário. “Eu liguei pela última vez ontem e disseram que se comunicariam comigo por e-mail. Mas eles acabam não resolvendo”, desabafa. A luz não chegou a faltar totalmente, porém, dada a instabilidade da rede, ela teme ainda mais transtornos. A geladeira da residência da trabalhadora está vazia, apenas com algumas garrafas de água. No mesmo terreno, moram a filha, a mãe dela e mais um primo. A Prefeitura acrescentou que a pasta das Obras e Infraestrutura reestruturou o seu cronograma de trabalho para atender melhor a população, limpando bocas de lobo em “locais críticos da cidade”.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895