Moradora bloqueia rua e aciona BM em Porto Alegre em protesto por fios caídos após temporal

Moradora bloqueia rua e aciona BM em Porto Alegre em protesto por fios caídos após temporal

Nutricionista disse ainda ter sido agredida por outro homem após realizar a ação, já que fiação está nesta situação há dez dias

Felipe Faleiro

Rosana (à direita) mostra galhos que deslocou para a rua em protesto pela remoção de fios

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Indignada com a falta de ação da Prefeitura e da CEEE Grupo Equatorial quanto à retirada de fios caídos na rua 20 de Setembro, bairro Azenha, na zona Sul de Porto Alegre, a nutricionista Rosana Carolo resolveu, por conta própria, remover galhos secos de uma árvore tombada no temporal de dez dias atrás, e que estavam na calçada em frente ao edifício onde mora, e bloquear a via em frente. Ela relatou que, por conta disto, na manhã desta sexta, foi agredida por um homem, e, por isso, acionou a Brigada Militar (BM).

Policiais do 9º Batalhão de Polícia Militar (9º BPM) estiveram no local. “Na quarta (dia 17, um dia após o temporal) pela manhã, pagamos alguns rapazes que estão fazendo obra no prédio para que cortassem a árvore a machado, porque com a Prefeitura sabíamos que não podíamos contar. Apareceu alguém da Administração no mesmo turno e nos agradeceu por isto, e acrescentou que à tarde tirariam os galhos, o que não aconteceu”, contou ela. O vegetal caiu sobre o prédio onde Rosana, que também é subsíndica, mora com outras cinco famílias, arrancando também os fios. Caminhões que transitavam pelo local contribuíram para que eles baixassem ainda mais.

Rosana contou que entrou em contato com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC). O órgão, por sua vez, ainda conforme ela, relatou que acionaria o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU), e não teria bloqueado a via. Na quinta, uma equipe da CEEE Grupo Equatorial esteve na área, mas afirmou que não poderia agir, devido à fiação ser de companhias de Internet. “Depois que eles foram embora, puxei a árvore que estava na calçada e bloqueei rua, isso há uns cinco dias. Hoje (ontem), fui ameaçada por um senhor, que começou a tirar os galhos”.

Também segundo a moradora, devido ao bloqueio, veículos e motocicletas subiam a calçada, causando risco de atropelamentos. “Tenho protocolos e as coisas não andam. Há uma briga entre o governador e o prefeito, e ninguém resolve nada. Não interessa o partido, resolvam os problemas da população”, disse ela, acrescentando que o acionamento da BM foi porque outras pessoas “suspeitas estavam observando” a situação.

Caso os fios não fossem retirados, ela conta que poderiam danificar a obra já pronta do prédio, sendo que já houve prejuízos na grade e no muro do edifício. “Quem vai pagar por isto? Ninguém paga. Vamos ter custos, mas vamos solucionar isto. Como a EPTC deixa esta irresponsabilidade dos fios aqui? Esta situação nos deixa muito desconfortáveis, porque a gente paga imposto e não temos nada em troca”, relatou.

A EPTC, que havia informado quase no mesmo momento a liberação de todos os bloqueios de vias por postes, galhos e fios devido ao temporal, acrescentou a 20 de Setembro em sua listagem e colocou cavaletes para orientar o trânsito, algo com o qual Rosana disse discordar. “Qualquer vento remove eles. Quero que, primeiro, a CEEE venha conforme o protocolo, e que estes fios sejam recolhidos. Assim, colocamos os galhos para a calçada de volta”.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895