Moradores da Ilha das Flores pedem ajuda da Defesa Civil

Moradores da Ilha das Flores pedem ajuda da Defesa Civil

Cota de cheia já foi ultrapassada na região das Ilhas

Paula Maia

Na rua dos Eucaliptos, na Ilha das Flores, os moradores têm dificuldades de acessar as residências devido ao acúmulo de água.

publicidade

Em meio à Ilha das Flores um apelo ecoa pela rua dos Eucaliptos que está inundada e vê o nível do rio subir a cada dia. De acordo com a Defesa Civil, na manhã desta segunda-feira, o nível do Guaíba, marcava 246cm na região do Arquipélago. Ultrapassando a cota de alerta que é 200cm e a cota de inundação de 220cm.  Os moradores clamam por doações de alimentos, material de limpeza e água. Eles que afirmam que estão esquecidos no local. 

 “Estamos esquecidos aqui. Faz mais de 15 dias que não recebemos nenhuma doação. As crianças estão com fome. Preciso de material de limpeza e água", declarou Rejane Beatriz Silva, de 60 anos, que é moradora do Arquipélago há 40 anos. Ela está na Ilha das Flores há quatro meses e afirma que tem muito medo do que pode acontecer com a sua casa. 

A casa de Rejane é alta, mas é necessário fazer uma travessia aquática, com águas pela cintura, para poder subir até os cômodos. No local moram quatro adultos e seis crianças e Rejane diz que a situação está cada vez mais preocupante, pois a água não está baixando.

Ela afirma que não dorme a noite de tanta preocupação com o nível da água e com o vento.  Rejane também explica que não quer ir para um abrigo para não correr o risco de perder o pouco que tem. “Se eu sair quando voltar não vai ter mais nada”. 

Proprietário de mercado improvisa um meio de transporte para entregar os pedidos dos clientes |Foto: Guilherme Almeida


Rejane conta que em uma conversa com os servidores da Defesa Civil, ela e outros moradores conseguiram lonas e foram informados que logo seria realizada uma remessa de doações na região.  Rejane disse que chegou a ir no abrigo que fica na Ilha da Pintada para pegar alguns itens, mas alegou que a forma como estão sendo distribuídas as doações acabou não recebendo tudo o que precisava e a  quantidade foi insuficiente. 

A Defesa Civil confirmou que está prevista uma ação de entrega de cestas básicas e água na tarde desta segunda-feira. E a responsável pela subprefeitura da região das Ilhas, Patricia Salcedo, explicou que a entrega das doações não foram realizadas no final de semana devido ao retorno da chuva.

Enquanto os moradores presenciam o volume de água subir diariamente, o proprietário de um mercado improvisou um meio de transporte para entregar os pedidos dos clientes e evitar que eles entrem na água. 

De acordo com a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) o número de abrigado na região do Arquipélago aumentou para 43. São 28 abrigados na Escola que fica na Ilha dos Marinheiros e 15 no salão paroquial, na Ilha da Pintada.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895