Moradores da Ilha Grande dos Marinheiros buscam recomeço após destruição de casa por enchente
Condenada pela Prefeitura, residência na entrada da localidade corre risco de desabar a qualquer momento
publicidade
O nível do Guaíba no começo da tarde desta sexta-feira, na régua de medição do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, mantida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), atingiu a marca de 2,01 metros, praticamente deixando a cota de alagamento nas ilhas, que é de dois metros. No entanto, a previsão de chuvas para os próximos dias preocupa os habitantes da área, que ainda lutam pela reconstrução. Alguns seguem com a casa destruída, e retornam a elas apenas para retirar alguns pertences que restam.
Na entrada da Ilha Grande dos Marinheiros, vive o casal Murilo Silva e Rosimeri Mallet, ambos recicladores, em uma residência alugada há dois anos. Localizada na margem da foz do Jacuí, a casa foi condenada pela vistoria da Prefeitura, e corre o risco de desabar a qualquer momento, de acordo com eles. A cerca de madeira estava revirada, e um barco é, por ora, o único meio de transporte na região, já que o veículo na garagem não funciona, depois de a água subir a cerca de um metro e meio de altura há cerca de 15 dias.
“Estamos morando na casa de um vizinho, que nos emprestou”, comentou Murilo, que tem um filho com necessidades especiais, de 36 anos, e ainda mais uma filha. Na ocasião da grande cheia, o casal dividiu a casa próxima com cerca de 20 outras pessoas, que não conseguiam se abrigar em outro lugar. Apesar de contar com energia elétrica, a residência onde ambos viviam não pode mais ser utilizada, e inclusive o dono da casa pediu para ambos saírem até o próximo domingo.
“Ambos temos saúde, e isto é o que importa”, frisa o reciclador. A Prefeitura informou hoje que o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) removeu, desde o último dia 23, 391 toneladas de material e entulhos diversos na orla do Guaíba e ilhas, somados às 915 toneladas retiradas depois das enchentes de setembro, em nível inferior ao da mais recente. O serviço foi realizado por um total de 80 garis nos trechos 2, 3 e Iberê Camargo, avenida Guaíba, bairros Arquipélago, Ipanema e Guarujá, no calçadão de Belém Novo e Lami, conforme a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb).