Moradores da Ilha Grande dos Marinheiros buscam recomeço após destruição de casa por enchente

Moradores da Ilha Grande dos Marinheiros buscam recomeço após destruição de casa por enchente

Condenada pela Prefeitura, residência na entrada da localidade corre risco de desabar a qualquer momento

Felipe Faleiro

Cerca destruída e entulhos por todos os lados é agora rotina do casal Rosimeri Mallet e Murilo Silva

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O nível do Guaíba no começo da tarde desta sexta-feira, na régua de medição do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, mantida pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), atingiu a marca de 2,01 metros, praticamente deixando a cota de alagamento nas ilhas, que é de dois metros. No entanto, a previsão de chuvas para os próximos dias preocupa os habitantes da área, que ainda lutam pela reconstrução. Alguns seguem com a casa destruída, e retornam a elas apenas para retirar alguns pertences que restam.

Na entrada da Ilha Grande dos Marinheiros, vive o casal Murilo Silva e Rosimeri Mallet, ambos recicladores, em uma residência alugada há dois anos. Localizada na margem da foz do Jacuí, a casa foi condenada pela vistoria da Prefeitura, e corre o risco de desabar a qualquer momento, de acordo com eles. A cerca de madeira estava revirada, e um barco é, por ora, o único meio de transporte na região, já que o veículo na garagem não funciona, depois de a água subir a cerca de um metro e meio de altura há cerca de 15 dias.

“Estamos morando na casa de um vizinho, que nos emprestou”, comentou Murilo, que tem um filho com necessidades especiais, de 36 anos, e ainda mais uma filha. Na ocasião da grande cheia, o casal dividiu a casa próxima com cerca de 20 outras pessoas, que não conseguiam se abrigar em outro lugar. Apesar de contar com energia elétrica, a residência onde ambos viviam não pode mais ser utilizada, e inclusive o dono da casa pediu para ambos saírem até o próximo domingo.

“Ambos temos saúde, e isto é o que importa”, frisa o reciclador. A Prefeitura informou hoje que o Departamento Municipal de Limpeza Urbana (DMLU) removeu, desde o último dia 23, 391 toneladas de material e entulhos diversos na orla do Guaíba e ilhas, somados às 915 toneladas retiradas depois das enchentes de setembro, em nível inferior ao da mais recente. O serviço foi realizado por um total de 80 garis nos trechos 2, 3 e Iberê Camargo, avenida Guaíba, bairros Arquipélago, Ipanema e Guarujá, no calçadão de Belém Novo e Lami, conforme a Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (SMSUrb).


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