Moradores da Ponta Grossa seguem clamando por melhor infraestrutura em Porto Alegre

Moradores da Ponta Grossa seguem clamando por melhor infraestrutura em Porto Alegre

Locais alegam que, desde o início da mobilização, há três meses, nada mudou

Giullia Piaia

publicidade

Em um movimento que começou há cerca de três meses, moradores do bairro Ponta Grossa, na zona Sul de Porto Alegre, cobram da prefeitura, melhorias na infraestrutura da região. Entretanto, depois de protestos, encontros com o prefeito Sebastião Melo e com o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), a situação, de acordo com os moradores, segue a mesma.

“Estamos aguardando o desenrolar das promessas”, diz Marta da Rosa, moradora da Rua 3. Ela se refere ao que foi conversado no Fórum Regional de Serviços realizado no dia 5 de outubro no bairro. “O prefeito prometeu ‘tentar até dezembro começar as obras para ver se acabam os alagamentos em algumas ruas’”, ressalta. As referidas obras seriam o asfaltamento de duas das principais ruas do bairro, que também são umas das que mais sofrem com o acúmulo de água. Entretanto, conforme o que foi apresentado pela prefeitura, seriam necessárias obras prévias, a serem realizadas pelo Dmae. “Precisa fazer canalização e esgoto pluvial, que a gente não têm, arrumar o esgoto cloacal, que são poucas ruas que têm. As ruas e casas alagam, a descarga não funciona, você puxa e volta o esgoto para dentro de casa”, relata Marta.

O Dmae afirma que já realizou a limpeza de parte da dragagem no Arroio do Salso, além do Canal do Túnel Verde. Além disso, foram desobstruídos esgotos em várias ruas e o departamento elabora o projeto de redes de esgotamento sanitário Porto dos Casais e também o projeto para condução dos esgotos da rua João Macedo de Freitas e arredores. “A solução de macrodrenagem geral da Ponta Grossa demandam mais de R$ 90 milhões de recursos – os quais não existem. A prefeitura não tem”, afirma o diretor-geral adjunto Darcy Nunes dos Santos. “Obras de macrodrenagem demoram de três a quatro anos. Não é pegar algumas máquinas e sair cavando e enterrando cano de qualquer maneira”, continua. Os moradores discordam. “Não precisamos dessa macrodrenagem enorme, de um valor exorbitante”, rebate Marta. Ela alega que os valores cobrados pelos serviços da prefeitura são excessivos.

As paradas de ônibus também são alvo de críticas dos moradores. Foto: Marta da Rosa / Arquivo pessoal / CP

Outro alvo de críticas dos moradores são as paradas de ônibus. Conforme conta Marta, a maioria das paradas na avenida Principal da Ponta Grossa e na estrada Retiro da Ponta Grossa, em especial em frente à Escola Municipal de Educação Infantil Ponta Grossa, estão com problemas. “As paradas foram recolocadas pela prefeitura há pouco tempo, após obras, mas foi mal feito. Foram recolocadas as paradas velhas, sem sequer cuidar a altura, alguém mais alto não consegue ficar embaixo. Em frente à escola, a parada é um lixo. No inverno as crianças que usam o ônibus ficam encharcadas.” A EPTC realizou uma vistoria no local está tarde para verificar a situação das paradas e realiar ajustes no mobiliário se houver necessidade.

Também em frente à escola municipal, bem como em outros pontos do bairro, buracos acumulam água por dias após a chuva. “Quando chove vira lama e é impossível descer sem escorregar”, lamenta Marta, que reivindica asfaltamento nestes pontos. A Secretaria de Serviços Urbanos afirma que realiza “patrolamento regular e programado” e que "o que fica dentro, ou na calçada de particulares, é de responsabilidade do proprietário". E reforça que a solução é a drenagem, a ser realizada pelo Dmae. “Não tem a ver com drenagem. Em rua sem infraestrutura de pavimentação, a água cai na pista e ali fica, não vai para as valetas”, contradiz Nunes, do Dmae.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895