Moradores da região das ilhas de Porto Alegre se empenham em restaurar a normalidade após enchente

Moradores da região das ilhas de Porto Alegre se empenham em restaurar a normalidade após enchente

De acordo com a Fasc, 167 pessoas atingidas pelos alagamentos continuam nos abrigos provisórios da prefeitura

Paula Maia

Davi Rodrigues de 78 anos teve a sua casa invadida pelas águas na Ilha da Pintada

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Após o recuo do Guaíba, os moradores da região das ilhas em Porto Alegre se empenham em restaurar a normalidade e aproveitaram o domingo de sol para limpar e organizar as suas casas. O impacto da enchente que assolou o arquipélago deixou rastros de destruição e ressaltou a imensa força das águas, invadindo lares e forçando centenas de famílias a abandonarem suas casas. A Defesa Civil de Porto Alegre resgatou 2.160 pessoas em toda a região do arquipélago.

De acordo com a Fundação de Assistência Social e Cidadania, nos dois abrigos temporários mantidos pela prefeitura - Casa do Gaúcho e Ginásio do Demhab - ainda permanecem 167 pessoas, representando 49 famílias afetadas pelas inundações. Com a gradual saída de algumas famílias, o abrigo emergencial do 9º BPM foi desmobilizado

Apesar do avanço na reorganização, algumas pessoas permanecem acampadas às margens da BR enquanto limpam e organizam as suas casas. Essas famílias ainda podem contar com a base de apoio montada com a ajuda do Exército e Guarda Municipal. A prefeitura continua com a distribuição de água, alimentos, material de limpeza e de higiene.

Davi Rodrigues tem 78 e anos mora na avenida Nossa Senhora da Boa Viagem, na Ilha da Pintada, há 10 anos. Dentro da sua casa ainda estão visíveis as marcas da água que atingiu os móveis e eletrodomésticos. Ele aproveitou o dia ensolarado para tirar o barro e ver quais os aparelhos eletrônicos ainda estão em funcionamento. A maioria dos móveis da cozinha ficaram estragados. A geladeira ele conseguiu salvar porque conseguiu deixá-la em um local mais alto antes de sair de casa e se abrigar na casa de parentes até a tarde do sábado.

Apesar das adversidades e dos episódios recorrentes de alagamento, Rodrigues afirma firmemente que não pretende abandonar sua moradia. “Nasci e me criei aqui. Não quero sai”, ressaltou o pescador.

Cristiano Duarte mora na zona Norte de Porto Alegre e foi até a Ilha da Pintada para ajudar a limpar e a organizar a casa da sua tia que mora no local há mais de 50 anos.

Ele comentou que esse episódio de alagamento surpreendeu os moradores, mas que está no seu plano de aposentadoria ir morar na região por causa da tranquilidade do local.

“É maravilho isso aqui. Eu saio da minha casa que é uma loucura e isso aqui é uma paz, uma tranquilidade. A ilha tem muita coisa boa. Tem o  turismo  que está sendo explorado e a parte histórica”, destacou.


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