Moradores da zona Sul de Porto Alegre ainda estão preocupados com uma possível alta do Guaíba

Moradores da zona Sul de Porto Alegre ainda estão preocupados com uma possível alta do Guaíba

Nesta quinta-feira o nível do Guaíba marcou 2,97 metros, após atingir 3,46 metros na terça-feira.

Paula Maia

A força das águas do Guaíba ainda atingiam a orla da zona Sul, em Porto Alegre

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Mesmo com a manhã ensolarada desta quinta-feira, os praticantes de exercícios na Orla da zona Sul de Porto Alegre ainda presenciaram o alto nível das as águas do Guaíba e aguardam que ele recue ainda mais. Houve um recuo do nível do Guaíba para 2,97 metros – após atingir 3,46 metros na terça-feira - mas a força das águas ainda atinge alguns pontos da avenida Beira Rio e outras vias do bairro. De acordo com a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC), a rua Jacipuia com a avenida Guaíba foi totalmente bloqueada pois ainda apresentava acúmulo de água.

Carmem Leite é moradora há quatro décadas no bairro e afirmou que mesmo com as cheias recorrentes ela não abre mão de morar no local. “Claro que preocupa quando enche, mas graças a Deus, desta vez e da outra, nós aqui ficamos bem. Não levantamos nada desta vez. Foi mais tranquilo”, conta se referindo a enchente de setembro, quando a água chegou até a porta da sua casa e a família foi obrigada a levantar alguns móveis.

"Morar de frente para o rio é maravilhoso, é como viver no interior. Saio todas as manhãs para caminhar é um hábito maravilhoso”, declarou.

Carmem e o esposo Jorge Leite são pais de Cláudio, que foi flagrado pelo Correio do Povo, na manhã da quarta-feira, na esquina das avenidas Guaíba e Guarujá, usando uma prancha de Stand up Paddle para se deslocar entre duas vias.

Ela contou que seu filho tinha uma reunião de trabalho e pegou a prancha para poder conferir o nível da água e ver se conseguiria sair de casa de carro.

No bairro Lami, a situação ainda não é de tranquilidade. Roselaine Marques mora há 12 anos na avenida Beira Rio do bairro Lami e contou que somente o fundo da sua casa está com água, consequência da “cheia da reserva ecológica do Lami”.

Roselaine revelou que ainda tem receio que o volume de água aumente e as consequências sejam parecidas com o que ocorreu em setembro, quando a água entrou pela frente e fundos da casa. “Em setembro foi muito difícil, eu com criança pequena, tentando tirar o barro”, lembrou.


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