Moradores das ilhas seguem com medo de nova cheia do Guaíba

O recuo gradual do nível do Guaíba permite, enfim, que muitas famílias voltem para casa em alguns bairros de Porto Alegre. Entretanto, muitos moradores estão receosos de que o nivel da água volte a subir, principalmente na região das ilhas.

Um destes casos é de Enoir Costa da Silva, morador da Ilha Grande dos Marinheiros. Ele relata que precisou levantar móveis e eletrodomésticos para não perder seus bens, mas mantém este cuidado com medo de nova cheia. “Tem que esperar para recomeçar. Não vale a pena gastar energia agora para tentar limpar. Está complicado (retomar), pois a gente não sabe se dá para baixar os móveis ainda”.

Neste sábado pela manhã, Enoir seguiu com sua rotina de cuidar da casa, mesmo com a água alagando seu pátio. Ele conta que juntou três sacos de resíduos do pátio. “Já tiramos muito lixo daqui, de entulho que veio com a força da água. E quando formos limpar o pátio mesmo, vai sair mais lama e sujeira”, completou.

Além disso, esta é a segunda estrutura que ele constrói no terreno. Em 2015, as placas de madeira da casa que ele possuía ficaram danificadas com a ação da água e ele teve de construir a nova mais elevada, o que evitou transtornos maiores desta vez.

De acordo a líder comunitária da região da rua João Ignácio da Silveira, Rosângela Sousa da Silva, cerca de 160 famílias vivem no local e a grande maioria delas foi atingida pela enchente do Guaíba. Neste sábado, o Grupo Amigos Anjos serviu 400 marmitas para pessoas da ilha que estão precisando de alimentação. Ação contou com o apoio da Brigada Militar e foi realizado em frente à escola Alvarenga Peixoto.

Já na Ilha da Pintada, a prefeitura mobilizou um ônibus com equipes de apoio para realizar atendimentos de saúde para a população. Conforme a Secretaria Municipal de Saúde, as três unidades de saúde do bairro Arquipélago estão fechadas em razão dos alagamentos. A previsão é de que os locais sejam reabertos na próxima semana.