Moradores de Alvorada ainda sentem os impactos das enchentes

Moradores de Alvorada ainda sentem os impactos das enchentes

Vias alagadas, famílias ilhadas e pessoas sem energia elétrica ainda são a realidade em alguns bairros de Alvorada

Paula Maia

O casal Adalisa Paganotto e Fabiano Andrade procura uma casa para alugar e tenta achar soluções para reativar a atividade profissional que foi prejudicada com as enchentes em Alvorada

publicidade

Onze moradores de Alvorada seguem abrigados no Centro de Referência de Assistência Social (CRAS) Cedro após as enchentes registradas no mês passado. De acordo com a Defesa Civil, até o momento, 1.037 casas foram atingidas, forçando 214 famílias a buscar abrigo temporário em casas de parentes e amigos.

Os bairros mais afetados pela enchente foram 11 de abril, Americana, Nova Americana, Sumaré e Cedro. As condições climáticas também foram um fator preocupante, com pluviômetros registrando um acúmulo de 50.2mm de chuva na última semana. No entanto, houve uma diminuição de cerca de 67.6mm nas águas do Arroio Feijó e seus afluentes.

Em meio a essa situação crítica, o casal Adalisa Paganotto e Fabiano Andrade, que mora no bairro Americana, está a procura de uma nova casa para alugar até dezembro, mas enfrenta dificuldades devido à alta demanda e condições inadequadas.

Adalisa e Andrade estão cansados de lidar com as constantes inundações. “É surreal. Não imaginei passar por isso de novo”, desabafou Adalisa. Eles testemunharam repetidas inundações e afirmam que não houve melhoras com o passar dos anos. “A solução seria realocar as pessoas para uma área mais segura. Mas com casa de verdade, com condições de receber as pessoas”, sugere a empresária. 

“Ano de El Nino é ano de enchente”, lembrou Adalisa, que cobrou providências para evitar prejuízos. Ela lamentou o impacto financeiro no negócio de roupas feminina, masculina e moda íntima que administra, única fonte de renda da família. Além do prejuízo de mais de R$ 10 mil devido a móveis danificados, eletrodomésticos destruídos e perda de vendas durante esse período em que estão impossibilitados de trabalhar. “As roupas eu consegui salvar, mas as araras, o balcão, a geladeira caiu dentro de água”, contou Adalisa.

A situação também afetou o fornecimento de eletricidade na região. Os pais de Adalisa, que moram no bairro Americana, além de ilhados, seguem sem luz até esta segunda-feira. Para visitá-los, ela vai de barco. Ela pretende levar os pais para a casa de familiares e acredita que eles, infelizmente, não vão conseguir presenciar as melhoras na cidade que evitarão os alagamentos, pois os projetos não saem do papel.  “Meu pai tá lá, sem luz, tomando banho de caneca. É uma situação inadmissível”, declarou.

Taylor Boeira, funcionária da Prefeitura, informou que por dia são entregues mais de 700 marmitas, água, leite e frutas, no início e no fim da tarde, para pessoas que estão ilhadas. As doações têm origens variadas, incluindo contribuições do Estado e da própria comunidade local. O galpão está localizado na Nova Americana, próximo ao ginásio municipal, e as pessoas podem ir até o local receber as doações.

De acordo com a CEEE Equatorial, em Alvorada cerca de 170 clientes estão com a energia elétrica desligada por questões de segurança. A empresa ainda afirmou que no decorrer desta segunda-feira, uma nova vistoria será realizada para verificar possibilidade de mais religamentos. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895