Cidades

Moradores de Cachoeirinha afetados pelas cheias de 2024 cobram efetividade nas obras de contenção

Famílias cobram do poder público ações mais efetivas e cronograma de obras para que novos alagamentos não venham afetar as moradias que já foram atingidas pelas águas ano passado

A administração, que isentou o IPTU em 2025, ainda discute internamente se o mesmo acontecerá em 2026
A administração, que isentou o IPTU em 2025, ainda discute internamente se o mesmo acontecerá em 2026 Foto : Jéferson Ruduit / Divulgação / CP

Uma comissão de moradores da cidade de Cachoeirinha, formada por famílias de sete bairros, todos atingidos pelas cheias provocadas pelos eventos climáticos que avançaram pelas cidades gaúchas em maio de 2024, se reuniram na semana passada e voltaram a questionar o poder público sobre o cronograma das obras de contenção contra as inundações. O porta voz dos moradores, Elenilson Portela, diz que a preocupação só aumenta, pois não se vê nenhuma movimentação e nenhuma intervenção de obra em lugar algum da cidade.

"No bairro Parque da Matriz não existem estudos e nem projetos de contenção contra as cheias. A extensão do dique de Cachoeirinha até Canoas tem previsão somente para 2031. Já a casa de bombas da João Pessoa precisa ser erguida na nova cota de inundação e há problemas dos condutos forçados." Portela ainda reivindica a isenção do IPTU para 2026 e, segundo ele, a desobstrução dos bueiros também é um grande gargalo, pois as ações paliativas não são suficientes para evitar os alagamentos no bairro. "A obra de revitalização do arroio Passinhos prevista para acontecer na rua Telmo Dorneles já era para ter começado e estar em andamento, mas sequer iniciou."

Portela diz que inúmeras reuniões já foram feitas com o poder Executivo, mas nada de concreto tem sido feito. Ele tem receio que as famílias voltem a perder o pouco que restou de seus bens em uma nova enchente.

A prefeitura de Cachoeirinha informou que já ocorrem as melhorias regulares na região do Parque da Matriz com recursos do Município, entre elas hidrojateamentos, trocas de tubulações e limpeza de arroios (em especial, o Passinhos). As intervenções se mostraram corretas, pois durantes os eventos climáticos mais severos de 2025 não houve grandes alagamentos como ocorreu no ano anterior, demonstrando que os serviços executados foram eficazes.

Estes serviços continuam sendo executados regularmente. Inclusive há uma obra de extensão do Passinhos prevista e está em processo de licitação para a escolha da empresa que executará os trabalhos.

Quanto ao programa Cachoeirinha 2050, que receberá recursos do Banco Asiático de Investimento em Infraestrutura (AIIB), que resultará em mudanças estruturantes para a cidade e, consequentemente, para o Parque da Matriz, ele entrará em execução após a assinatura do contrato, que deverá ocorrer em novembro durante a COP30, em Belém.

Sobre a isenção do IPTU, a gestão, que foi sensível ao contexto da enchente e isentou o imposto em 2025 ainda discute internamente se o mesmo acontecerá em 2026.

OBTENÇÃO DOS RECURSOS DO FUNDO A FUNDO DA RECONSTRUÇÃO

A Secretaria da Reconstrução Gaúcha informa que o município está em fase de elaboração de projetos e elementos técnicos para obter os recursos do Fundo a Fundo da Reconstrução. Algumas iniciativas previstas são a reforma de casas de bombas, contratação de projeto para novas casas de bombas, recuperação de dique, recuperação da rede de drenagem e hidrojateamento.

O governo do Estado já confirmou R$ 403,4 milhões em recursos para municípios afetados pelas enchentes. As cidades que possuem repasses aprovados são Porto Alegre (R$ 171,6 milhões), Canoas (R$ 179,7 milhões), Eldorado do Sul (R$ 23,7 milhões), Novo Hamburgo (R$ 2,8 milhões), Pelotas (R$ 13 milhões), Rio Grande (R$ 1,2 milhões) e Gravataí (R$ 11,4 milhões).

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