Moradores do sul da Ilha da Pintada relatam água nos joelhos em trechos da localidade

Moradores do sul da Ilha da Pintada relatam água nos joelhos em trechos da localidade

Água do Guaíba alagou o campo de futebol e a pracinha da comunidade

Felipe Faleiro

Alisson Cosme Couto, pescador da Ilha Mauá, caminha em meio à água nesta quarta

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A localidade de Mauá, na Ilha da Pintada, no bairro Arquipélago, em Porto Alegre, foi transformada em uma área que acumula água em praticamente todas as ocorrências de enchentes. Esta, porém, ultrapassou algumas marcas históricas, alagando o campo de futebol e a pracinha da comunidade. Moradores afirmam que o Guaíba invadiu algumas áreas até alcançar seus joelhos. O único acesso possível à ilha em questão é uma ponte para pedestres improvisada, ao lado de uma nova em construção. Portanto, não é possível alcançar o local de carro, apenas a pé.

“Está bastante complicado, e fazemos o que podemos aqui. A Defesa Civil está vindo aqui, entregando mantimentos com certa regularidade, só que temos de nos virar. Minha irmã chega meia-noite do serviço e precisa atravessar esta água toda pela ilha”, afirmou o pescador Alisson Cosme Couto, morador da área, enquanto carregava marmitas pela mão na manhã desta quarta-feira, atravessando onde antes havia chão.

Mesmo há alguns dias sem chuvas fortes na Capital, o vento sul que empurrou as águas do curso d’água de volta prejudicou estes habitantes, bem como grande parte dos moradores do Arquipélago. Na Ilha da Pintada, a água continua invadindo ruas como a Nossa Senhora da Boa Viagem, a principal do local, assim como a Presidente Vargas, vista como a alternativa. A medição mais recente da régua manual da ilha foi de 2,36 metros, acima da cota de inundação, de 2,20 metros. 

Até esta sexta, permanece o alerta da Defesa Civil Municipal de Porto Alegre quanto à possibilidade de inundações nas regiões ribeirinhas. Questionado na Cavalgada Solidária sobre as ações à população das ilhas, o prefeito Sebastião Melo disse que “é preciso dar um passo adiante”, e que ele poderá enviar ao Legislativo municipal um projeto de lei relacionado a mais auxílios às populações vulneráveis. 

“Estou disposto a enviar uma lei para a Câmara para a compra de geladeira, equipamentos para aqueles que perderam tudo. Tudo isso está na nossa governança. No momento é acolhimento. Mas não adianta eu acolher a pessoa em uma igreja ou colégio e devolvê-la para dentro da água de novo”, afirmou ele. Enquanto isso, continua mobilizado o abrigo montado pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) na Escola Estadual Alvarenga Peixoto, na Ilha Grande dos Marinheiros.


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