Moradores do Teresópolis recorrem a posto de combustível em busca de energia elétrica

Moradores do Teresópolis recorrem a posto de combustível em busca de energia elétrica

Em Porto Alegre, falta de luz há seis dias causa até denúncia de furto de equipamento elétrico por terceirizada da CEEE Grupo Equatorial

Felipe Faleiro

Carlos mostra geladeira com falta de gelo nesta segunda-feira no Teresópolis

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Enquanto a falta de luz segue uma realidade constante para muitos moradores de Porto Alegre, quem depende da energia elétrica em casa ou estabelecimento para trabalhar relata prejuízos, e precisa recorrer a alternativas. Um posto de combustível na avenida Teresópolis, zona Sul de Porto Alegre, ficou três dias sem energia elétrica depois do temporal, e, depois de reaver, permaneceu com os prejuízos. No entanto, depois da reabertura, disponibilizou tomadas para outros moradores locais carregarem aparelhos eletrônicos, como smartphones.

“O carro-chefe aqui é o combustível, e sem eletricidade, não conseguimos acionar as bombas. Na loja de conveniência, houve perdas tanto no gelo quanto no sorvete, que derreteram. Também pusemos salgados fora devido a falta de armazenamento”, afirmou o gerente do posto, Carlos Alberto de Lima Filho, acrescentando que a solidariedade é o sentimento que move o local, em razão de outros moradores também necessitarem. Ainda há falta de gelo no local.

“Sabemos até que, pouco depois do temporal, houve a necessidade de transporte por aplicativo e os preços estavam muito mais altos. E acho que a maioria da população não estava preparada para ser solidária em um momento de catástrofe”. O programador Tiago Brazil é morador da Travessa Fortaleza, bairro Nonoai, um dos locais que, nesta segunda-feira, ainda está sem energia elétrica, seis dias depois do temporal que trouxe inúmeros transtornos a Porto Alegre.

Ele foi hoje ao posto em questão carregar seu celular, relatando que não consegue trabalhar desde o temporal, já que precisa do computador para sua função. “A comunicação com a empresa está bem difícil. Até não sei se estarei trabalhando quando a luz voltar, porque não estou conseguindo desempenhar minhas funções”, lamentou ele, comentando também que, à noite, o movimento aumenta. Outro inconveniente relatado pelo programador foi o suposto furto de uma lanterna por técnicos terceirizados da CEEE Grupo Equatorial.

Conforme Tiago, que fez protocolo junto a empresa e na Delegacia Online da Polícia Civil, os funcionários pediram o equipamento emprestado para atuar na rede, na madrugada da última sexta-feira para sábado, e não o devolveram mais. “Além da situação toda, ainda tem mais isto. Mas manteremos a resiliência até o fim”, afirmou ele, que disse ainda ter filmado o ato do empréstimo e, por isso, ter provas do que havia relatado. Procurada para comentar o caso, a CEEE Grupo Equatorial ainda não se manifestou.


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