Moradores reclamam da falta do transporte no interior em Canguçu

Moradores reclamam da falta do transporte no interior em Canguçu

A Prefeitura disse que o transporte dos alunos do interior para a APAE deve ser retomado na próxima semana

Angélica Silveira

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As agricultoras Dirce Fabiane Pereira da Silva, de 43 anos e Andréia Lima de Souza, de 36 anos, além da profissão e da maternidade tem um problema incomum, a falta do transporte para seus filhos em Canguçu, no sul do Estado. No caso de Dirce, o filho Miqueias, de 15 anos, que não consegue frequentar a Escola Estadual João Simões Lopes Neto pelo segundo dia consecutivo. O jovem estuda de noite e precisa do auxílio para chegar até o colégio.

A família mora na localidade de Rincão do Cravos e a escola está localizada na Trapeira. “Quando tinha ônibus ele saia 23h45min do colégio e chegava em casa à 1h30, para ter uma ideia da distância. Nesta semana ele compareceu até quarta-feira e desde esta quinta está sem ir pela falta de transporte e mandaram mensagem que não há previsão”, relata.

A mãe conta que ligou para a 5ª Coordenadoria Regional de Educação, que fica em Pelotas e confirmaram que não há uma data para o retorno das aulas em função da condição das estradas que não passa ônibus. “Eu me pergunto até quando isto vai ocorrer e me preocupo muito com o futuro do meu filho”, justifica a agricultora.

Andréia é moradora da localidade de Coxilha das Três Pedras e precisa levar a filha de 17 anos, na sede da Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), que fica na zona urbana de Canguçu. Ela conta que no meio do ano passado conseguiu vaga para a filha e transporte três vezes na semana. “Neste ano estamos em 1º de março e até agora ela não foi nenhum dia. Eu fico preocupada pelo desenvolvimento dela”, lamenta.

Andréia conta que anteriormente a jovem tinha ficado três anos sem frequentar a APAE pelo mesmo problema. “Recém na metade do ano passado tínhamos conseguido o transporte e ficando em casa minha filha fica muito agressiva. Acredito que pelo tempo que passou todo o trabalho feito em 2023 se perdeu. Tentei contato com a prefeitura e só me mandam esperar”, afirma. Ela diz que próximo há sua casa há outras crianças na mesma situação. “São cinco ou seis senão me engano que o tratamento é importante, mas ficam prejudicadas pela falta de transporte”, justifica.

Sobre a questão do transporte para a APAE, a Prefeitura justificou que ele deve ser retomado na próxima semana, que isto não ocorreu em função do tempo para a contratação de motoristas e também que os veículos estavam direcionados para outra escola. Já sobre o transporte para a escola João Simões Lopes Neto, que não ocorre em função das condições das estradas no interior, a Prefeitura, até o fim desta reportagem estava verificando o problema e por meio de sua assessoria disse que pretende se manifestar nos próximos dias.


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