Moradores retiram entulho e restos de móveis espalhados pelas calçadas após ciclone

Moradores retiram entulho e restos de móveis espalhados pelas calçadas após ciclone

Águas tomaram conta das residências com o transbordamento de rios e arroios

Fernanda Bassôa

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A segunda-feira (19) foi marcada por moradores retirando entulhos de dentro de casa, carregando restos de móveis, roupas molhadas e muitos eletrodomésticos destruídos pelas águas que tomaram conta das residências com o transbordamento de rios e arroios na Região Metropolitana. As ruas e avenidas, cobertas por barro, galhos e muito lixo, revelam o tamanho do sofrimento das famílias que foram obrigadas a deixar seus lares na tentativa de salvar suas vidas. A revelação de um verdadeiro cenário de guerra. 

No bairro São Sebastião, em Esteio, o construtor Felipe Pereira de Albuquerque e a mãe, faziam mutirão de limpeza e com muita tristeza, relataram sobre as perdas desta última enchente. “Fotos, recordações, muitas lembranças. Se perde uma história de vida. Aos poucos a gente vai perdendo quem a gente é. Viagens e muitas memórias. As coisas que a gente gosta”, disse Felipe que carregava o que restou dos móveis para fora do terreno. Dentro da casa, lama e muita bagunça. A força da água arrastou o que viu pela frente e acabou tirando tudo do lugar. “Estamos sempre com receio. Desde 2015, quando aconteceu a última enchente. Mas essa foi bem pior porque subiu 1 metro a mais. A água chegou a 1,8 metro de altura”, disse a dona de casa, Miguelita de Fatima Pereira de Albuquerque, que reside no local há mais de 30 anos. 

Em Sapucaia do Sul, no bairro Fortuna, a cena se repetia. Entulhos com restos de móveis, colchões molhados e pedaços de eletrônicos formavam o rastro de destruição pelas calçadas. Angelita de Souza Camargo se esforçava para retirar a crosta de lama que ainda permanecia dentro de casa. “Foi horrível. Perdi praticamente tudo o que eu tinha. Foi uma cena de filme. Nunca achei que passaria por isso. Agora é baixar a cabeça e trabalhar para adquirir tudo novamente.” 


Correio do Povo
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