Moradores sofrem com avanço das águas em Alvorada

Moradores sofrem com avanço das águas em Alvorada

Enchente segue afetando rotina dos moradores do bairro Americana, na divisa com Porto Alegre

Felipe Faleiro

No bairro Americana, diversas ruas ainda estão embaixo d'água

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Continua neste sábado o trabalho de entrega de mantimentos aos moradores de Alvorada, na Região Metropolitana, após a água subir novamente em áreas do bairro Americana, próximo ao arroio Feijó. Equipes da Prefeitura estiveram nas ruas Itararé, Anita Garibaldi e Marques do Pombal com barcos e uma retroescavadeira para transportar pessoas e alimentos. Há falta de rações para animais, segundo dizem os habitantes.

O aposentado Romário Luis Ramos de Araújo diz que vive há 40 anos na região, e já visualizou muitas enchentes como esta, a exemplo do ano de 2015, que foi ainda mais severa. Ele culpa a situação atual pelo excesso de lixo nos bueiros e barragens próximas ao município, que armazenam a água e não a deixam escoar a outros lugares. Outra possível causa, também segundo ele, é a Estação de Tratamento de Esgotos (ETE) na Nova Americana, cujos resíduos estariam sendo encaminhados para áreas próximas à comunidade.

“Toda vez que chove mais forte acaba alagando aqui de uma forma ou de outra. Além disso, há falta de luz aqui para nós”, comenta ele. A energia foi desligada pela CEEE Equatorial em trechos das avenidas alagadas em razão de riscos aos moradores. Algumas áreas, conforme eles, já não têm energia elétrica há mais de uma semana. Vizinho de Araújo, o autônomo Claudiomiro Oliveira de Oliveira reforça o coro dos descontentes com a situação. “A Prefeitura alega que vai resolver, mas não nos dá prazo”, comenta ele.

A sede da Administração segue recebendo também doações de alimentos, roupas, cobertores, itens de higiene pessoal e materiais de limpeza, e afirma que realizou um número superior a 200 remoções de pessoas de residências inundadas e as encaminhou para as casas de parentes e amigos. Embora mais de quatro mil habitantes de Alvorada tenham sido afetados pelas enchentes, apenas 12 pessoas concordaram em ser encaminhadas ao Centro de Referência de Assistência Social (Cras) Cedro, localizado na mesma região.


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