Morte de gambás na Redenção preocupa frequentadores

Morte de gambás na Redenção preocupa frequentadores

Em três meses 14 gambás e uma tartaruga foram encontrados mortos no parque da Redenção. Há fortes indícios que os ataques e agressões foram praticados por animal ou pessoa

Paula Maia

Laudos de exames de necropsia e toxicologia dos gambás encontrados mortos apresentaram resultado negativo para toxicológico, o que é um indicativo de morte por agressão de animal ou pessoa.

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Lila Elaine Romero esteve na Redenção, em Porto Alegre, na tarde desta segunda-feira para uma missão nada alegre. Ela foi fotografar uma gambá morta. Só que essa é uma imagem que se repete há meses no local. Esses fatos têm sido denunciados pelo Coletivo Preserva Redenção que além das imagens, registram boletins de ocorrência e realizam contatos com a Secretaria Municipal do Meio Ambiente, Urbanismo e Sustentabilidade (Smamus).

Lila faz parte do Coletivo Preserva Redenção e lembrou que neste último caso, a gambá estava prenha e que “foi muito triste fotografar essa mãezinha morta carregando os filhotes”.

“A informação de que a gambá estava no parque veio de uma frequentadora que ontem, próximo ao meio dia, encontrou o bichinho já sem vida e como estava sem celular foi até o posto da Guarda Municipal avisá-los, porque que a administração do parque estava fechada. A Guarda disse que não era com eles”, explicou.

De acordo com a Lila, de maio até agora foram encontrados 14 gambás mortos e uma tartaruga. Ela sugere que o aparato de segurança instalado no parque, que contém drones, câmaras, iluminação além da presença física da Guarda Municipal, sejam usados, também, para proteger a fauna silvestre, sobretudo agora que é momento de nascimento de tartarugas e gambás.

Outra solicitação do Coletivo Preserva Redenção é que tenha uma equipe da Smamus no parque para atender as demandas. Lila ainda ressalta que alguns gambás e tartarugas estão sendo atacados por cães ferozes que são instigados pelos seus donos.

A Smamus ressaltou que o gambá é um animal silvestre, protegido pela lei federal e informou que os casos de morte de gambás estão sob investigação policial.

“Há fortes indícios de ataques e agressões por animal ou pessoa. O gambá é um animal silvestre, protegido pela lei federal de crises ambientais (Lei 9.605/1998). É crime matar, perseguir, caçar ou maltratar esses animais, sujeito à pena de prisão de seis meses a um ano e multa. A Secretaria informa ainda que a Guarda Municipal tem intensificado as rondas noturnas já que foi instalado o Posto Avançado da Guarda Municipal na Redenção. A orientação é que o cidadão informe ações suspeitas por meio dos telefones 153 e 156”, diz a nota.

No final do mês de julho, a Smamus divulgou que os laudos dos exames de necropsia e toxicologia dos gambás encontrados mortos apresentaram resultado negativo para toxicológico, o que é um indicativo de morte por agressão de animal ou pessoa.

No mesmo período a secretaria informou que havia solicitado para o Centro Integrado de Comando de Porto Alegre (Ceic) imagens do dia 14 de julho, quando foi encontrado outro animal morto com lesões claras de agressão. E que seria iniciado uma pesquisa ambiental com os frequentadores da Redenção sobre os gambás para entender como a população vê esses animais silvestres, além de ações de educação com os usuários do parque.


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