Motoristas ignoram legislação e ultrapassam sinais vermelhos em Porto Alegre

Motoristas ignoram legislação e ultrapassam sinais vermelhos em Porto Alegre

Outro problema de trânsito registrado é a circulação de motociclistas em calçadas na Capital

Felipe Faleiro

Abaixo do viaduto José Eduardo Utzig, bairro São João, infração pode ser facilmente flagrada

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Motoristas arriscam a vida em ruas de Porto Alegre, ultrapassando o semáforo vermelho em vias e ignorando completamente a sinalização. No viaduto José Eduardo Utzig, bairro São João, próximo às avenidas Dom Pedro II e Benjamin Constant, não é preciso aguardar muito para flagrar a irresponsabilidade. 

A situação é mais visível na saída da Benjamin em direção ao Centro Histórico, onde motoristas aceleram quando a sinaleira está na cor amarela, buscando se fazer valer da falta de fiscalização para seguir adiante. O avanço ao sinal vermelho é considerada infração gravíssima, punida com multa de R$ 293,47, mais sete pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH), conforme o artigo 208 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).

No entanto, ultrapassar o semáforo que requer a parada obrigatória é a sétima infração mais cometida em Porto Alegre, de acordo com a própria EPTC, com 7.484 ocorrências neste ano. Em 2022, foram 16.362 registros, também em sétimo lugar. Outra ocorrência que preocupa motoristas e pedestres e é frequentemente vista no trânsito de Porto Alegre é o avanço de motociclistas sobre as calçadas, prática que igualmente coloca em risco a circulação habitual das pessoas nestes locais, visto que elas estão transitando onde lhes é permitido.

O delegado sindical do Sindicato dos Motociclistas Profissionais do RS (Sindimoto-RS), Angel Rosseti, reconhece que o problema existe, mas se trata de uma conjuntura social. “Não temos muito como controlar esta situação, porém orientamos os profissionais a não fazerem isto. No Centro Histórico, por exemplo, a rua General Câmara é exclusiva para o estacionamento de motofretes. Mas o problema ocorre porque há falta de lugares para estacionar em outros locais”, observou ele.

Segundo ele, a categoria de forma geral “prefere correr o risco de levar multas do que perder a motocicleta”. “Existe também a pressa de irmos de um local para outro, e falta estrutura do poder público para lidar com isto, e as empresas precisam também ter menos ganância. Na parte dos motoboys, eles precisam trabalhar com a mente mais tranquila, não fazer nada com pressa”, observou o delegado do Sindimoto-RS.

Em nota, a EPTC disse que não tem relatos de infrações de trânsito recorrentes envolvendo motociclistas em calçadas ou avançando o sinal vermelho nas proximidades do viaduto José Eduardo Utzig. "Nossas equipes realizam fiscalização no local sistematicamente, entretanto, é sempre importante que o cidadão, no caso de flagrar algum tipo de irregularidade entre em contato com o canal oficial de atendimento ao cidadão via 118 ou 156 para registrar a ocorrência", informou a assessoria do órgão.


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