Mourão palestra para empresários em Canoas

Mourão palestra para empresários em Canoas

Vice-Presidente da República falou sobre temas como a crise do petróleo, a pandemia da Covid-19 e a guerra entre Ucrânia e Rússia

Fernanda Bassôa

Mourão reuniu cerca de 150 pessoas no prédio da CICS de Canoas nesta quinta-feira

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O Vice-Presidente da República, General Hamilton Mourão, reuniu cerca de 150 pessoas – entre empresários e autoridades locais – nesta quinta-feira (28), no prédio da Câmara de Indústria, Comércio e Serviços de Canoas (CICS), durante um almoço de ideias onde explanou sobre a temática Os Desafios do Brasil e do Rio Grande.

Inicialmente recebido pelo presidente da CICS, André Guindani, que disse que estar honrado e com grandes expectativas em receber Mourão na cidade. "Vivemos em tempos que a liberdade de expressão é vigiada e oprimida. Somos calados pelo poder da caneta e pelo inquérito ilegal. Nossa preocupação é com os próximos quatro anos. Queremos avanços e não retrocessos. Precisamos de um homem com coragem que combata a tirania, alguém com convicção e competência constitucional", disse Guindani. 

Ao assumir o microfone, Mourão pincelou rapidamente sobre temas como a crise do petróleo, terrorismo, pandemia, a guerra entre a Ucrânia e Rússia e suas complicações, bem como as consequências que este conflito gera para nosso País. Citou a política da China, o encarecimento do transporte marítimo, a alta da inflação, a falta de produtos, os problemas econômicos do Brasil, a reforma da previdência e o PIB.

"O aquecimento global e o desmatamento da Amazônia também são problemas graves. A Argentina, nosso grande parceiro comercial, está sofrendo com a desvalorização da moeda, com a inflação. A indústria automobilística está em queda e isto é muito ruim para nós. Além disso, não podemos esquecer a situação da Bolívia e das pessoas presas. O Peru, a Colômbia e a Venezuela", disse.

Ao se referir ao governo de Bolsonaro, Mourão falou sobre os dois anos de enfretamento à Covid-19. "O abre e fecha do comércio, as vacinas e a CPI da Covid, que nada se comprovou. Foram três frentes de para combater a pandemia: a compra de insumos, a redistribuição de força de trabalho e a compra das vacinas. Foi feito enfrentamento na área da saúde e na economia. O Presidente abriu linhas de crédito para que o mercado mantivesse a operação. O Brasil foi um dos Países que menos caiu economicamente. Atuamos na área social, pagamos auxílio."  

Em outra perspectiva, o Vice-Presidente citou a guerra cultural e deu ênfase a problemática do grave racismo estrutural que vem dos Estados Unidos, enraizado com o aborto e o casamento de pessoas do mesmo sexo. “Isso tudo traz reflexos para o brasileiro.” Com relação à política, fez uma crítica a questão orçamentária que é “sequestrada” pelo Congresso. “O Executivo deve retomar o controle do orçamento, afim de planejar a busca de investimentos e alavancar o País.” Para retomar o equilíbrio fiscal, ele sugere novas reformas periódicas e administrativas. Redução de custos de governo, privatizações, zero de desperdícios de recursos e nada de cabide de empregos. “Precisamos de uma reforma tributária efetiva, com infraestrutura e investimentos atrativos. Aumento da produtividade, mão-de-obra qualificada.” 

Mourão reforça que é preciso apostar na recuperação da Indústria, na política industrial, inovação, tecnologia, na inserção internacional. "É preciso oferecer cursos de formação e qualificação profissional, aliando pesquisa e desenvolvimento. É extremamente fundamental conectar a pesquisa com as necessidades da indústria. O agronegócio deve investir na tecnologia de inovação, na energia limpa. Isso é o futuro." Ao fim do encontro, o Vice-Presidente não pode deixar de fora as características de uma nação bem-sucedida e, neste contexto, trouxe à tona, o tema do cidadão e a democracia. "A igualdade, a oportunidade, a educação, saúde e a segurança fazem parte de uma nação de democracia liberal, com instituições sociais efetivas, que respeita as diversidades. Estes são os pilares da civilização ocidental. O capitalismo é o sistema de produção que interage com o Estado de Direito, onde a lei vale para todos. Uma sociedade civil forte precisa de líderes que sejam inspiradores, reformistas, agregadores e facilitadores", concluiu.


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