MP começa eleição do novo Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul

MP começa eleição do novo Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul

Hoje, sindicato da categoria divulgou resultado do pleito paralelo, realizado há oito edições

Felipe Faleiro

698 eleitores do Ministério Público gaúcho estão aptos à votação

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Começou nesta quinta-feira, e se estende até 17h de sábado, a eleição da lista tríplice para Procurador-Geral de Justiça do Rio Grande do Sul. Quatro candidatos, Maurício Trevisan, Alexandre Saltz, Martha Beltrame e Júlio César Melo, estão na disputa para o cargo máximo do Ministério Público gaúcho (MPRS). Ao todo, 698 eleitores estão aptos à votação. Os resultados serão entregues pela Comissão Eleitoral ao governador Eduardo Leite na tarde da próxima segunda-feira.

Dos três nomes, Leite deverá optar por livre-escolha o nome do futuro PGJ, não vinculado ao número de votos, explica o presidente da Comissão Eleitoral, procurador de Justiça Sergio Guimarães Britto. “A eleição representa um marco democrático na vida da instituição, demonstrando que, ao lado dos seus deveres constitucionais e legais, preza em ouvir a opinião de todos os seus membros a respeito da forma que deve ser conduzida”, afirmou Britto.

A votação ocorre de forma exclusivamente eletrônica, assim como a apuração, prevista para iniciar imediatamente após o término do pleito. Amanhã, haverá um computador disponível no 3º andar da sede do MPRS, no bairro Praia de Belas, em Porto Alegre, para os eleitores que optarem em se dirigir ao local. Hoje, Trevisan venceu com 223 votos a eleição paralela à PGJ, promovida pelo Sindicato dos Servidores do MPRS (Simpe-RS) junto aos seus associados. A lista tríplice escolhida pelos membros do Simpe-RS ainda tem Saltz, que obteve 174 votos, e Martha, com 151.

Melo, candidato da atual administração, ficou de fora. A atual eleição paralela foi a oitava realizada pelo sindicato. O Simpe-RS, que representa 1,7 mil servidores, disse que irá “trabalhar para realizar a entrega do resultado ao governo do Estado”. Ainda o sindicato, por meio de seu presidente Jodar Pedroso Prates, criticou em entrevista recente ao Correio do Povo a “falta de comunicação” do MPRS às demandas daqueles que atuam na instituição, e tem entre suas pautas junto ao Ministério Público a revisão do plano de carreira e contra o “assédio moral” aos servidores.

“A eleição reflete o pensamento da categoria, que representa dois terços da força efetiva e permanentes do Ministério Público, no sentido de que as administrações precisam mudar, ter um olhar mais humano, voltado para a jornada de trabalho, para a saúde mental e uma carreira efetivamente atrativa para os servidores”, disse Prates. Já Britto comentou que a categoria é “o braço direito da instituição”.

“Suas postulações são sempre pensadas e discutidas, mas há limitações legais e orçamentárias. Com certeza, essas questões funcionais serão resolvidas numa futura mesa de negociação que atenda as duas partes. A votação paralela se insere dentro desse contexto, isto é, embora não tenha valor legal, demonstra aos candidatos que os servidores querem ser ouvidos relativamente aos seus pleitos”, afirmou o presidente da Comissão Eleitoral.


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