Municípios do Litoral Norte ainda registram desalojados e problemas de infraestrutura após ciclone

Municípios do Litoral Norte ainda registram desalojados e problemas de infraestrutura após ciclone

Prefeituras como as de Maquiné e Caraá ainda contam com a solidariedade

Kyane Sutelo

Equipe da prefeitura fazendo o levantamento dos prejuízos públicos em Linha Encantada.

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Os municípios do Litoral Norte gaúcho trabalham na recuperação dos estragos deixados pelo ciclone extratropical que passou pelo Rio Grande do Sul na noite e madrugada da quinta-feira da semana passada. A região foi uma das mais atingidas pelo fenômeno.

Em Maquiné, município que registrou 3 mortes, não há mais nenhum desabrigado. No caso dos desalojados, ainda estima-se mil, conforme a Defesa Civil municipal. A cidade ainda precisa de apoio. “Os donativos que mais estamos precisando são móveis e utensílios domésticos”, detalha a coordenadora do órgão, Natavie De Cesaro Kaemmerer. 

Segundo ela, o salão paroquial da igreja Santo André Avelino que recebia as doações no município não comporta mais itens. A partir da próxima semana, as contrubuições deverão ser entregues, diretamente à Assistência Social de Maquiné. A equipe da prefeitura circula pelo município, para avaliar os estragos.

Outro município afetado foi Santo Antônio da Patrulha. A cidade segue com poucos pontos sem luz, apenas nas localidades de Ribeirão e Baixa Grande, conforme o prefeito Rodrigo Massulo. A prefeitura não possui o dado atualizado de desalojados, mas sem desabrigados, o gestor público avalia melhora na situação. “Questão humanitária, felizmente, mais tranquila”, diz Massulo.

No quesito infraestrutura, ainda há obstrução de estradas e pontes, segundo o prefeito, mas sem prejuízo de acesso da população à mantimentos. “Levaremos alguns meses para colocar tudo em ordem”, pontua Massulo. Ainda que a região também possua problemas, o prefeito afirma que cederam veículos para auxiliar na reconstrução de Caraá.

Caraá

Com o maior número de mortos, 5, Caraá, não tem mais desabrigados. O número total de desalojados ainda é de aproximadamente 250. “Estamos trabalhando no restabelecimento da infraestrutura”, afirma o coordenador da Defesa Civil municipal, Antônio Augusto Borges. Ele detalha que, dos 24 sistemas de abastecimento de água municipal, 22 já estão operando. No caso da energia elétrica, até o final da tarde desta quinta-feira a previsão é de que 99% teria sido retomada, e 100% até esta sexta.

Caraá tem, no momento, estoque suficiente de alimentos, material de limpeza e vestuário, conforme Borges. O município ainda necessita de doações de material pedagógico para educação infantil. “Tatames, brinquedos, livros de uso infantil”, detalha Borges. Isso porque o município retomou as aulas em creches ontem, de acordo com o prefeito Magdiel Silva, beneficiando cerca de 200 crianças atendidas na cidade. 

Os atendimentos em saúde estão acontecendo no posto central e também de forma itinerante. “Estamos com uma unidade móvel visitando as comunidades mais atingidas”, conta o prefeito, que detalha que o automóvel foi emprestado pelo município de Santo Antônio da Patrulha. 

A UBS Rio dos Sinos, que foi danificada pelo ciclone, recebeu promessa do governo estadual para apoio na reestruturação. Conforme o prefeito, aguardam a elaboração do plano de trabalho e do projeto, sem ideia de prazo final.

Os moradores de Caraá também podem refazer seus documentos de identificação em um mutirão do Instituto-Geral de Perícias (IGP). O serviço começou na quarta-feira e tem previsão de seguir até domingo, 25, no Centro de Referência de Assistência Social (Cras) da cidade, na avenida Arno Von Saltiel, 117, das 9h às 12h e das 13 às 17h.


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