Mutirão do CadÚnico registra movimento intenso na Restinga

Mutirão do CadÚnico registra movimento intenso na Restinga

Uma fila se formou nesta quinta-feira na Pracinha da Cultura

Felipe Samuel

Mesmo com tempo nublado, uma fila se formou meia hora antes do início dos serviços, marcado para as 8h30

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O primeiro mutirão para atualização de dados do Cadastro Único (CadÚnico) realizado na Restinga, na Zona Sul, este ano foi marcado pela procura intensa de beneficiários. Mesmo com tempo nublado, meia hora antes do início dos serviços, marcado para as 8h30, uma fila já havia se formado ontem na Pracinha da Cultura, localizada na rua Doutor Arno Horn, onde os entrevistadores aguardavam os moradores do bairro. O CadÚnico é um instrumento de coleta de dados e informações que visa identificar todas as famílias de baixa renda existentes no país para fins de inclusão em programas de assistência social e redistribuição de renda.

A doméstica Ângela Regina de Souza da Silva, 55, chegou ao local às 8h20. E conseguiu a ficha de atendimento de número 28. “Sou beneficiária do Bolsa Família. O benefício é tudo, porque pago meu INSS com esse dinheiro para mais tarde me aposentar e não precisar mais do Bolsa Família”, afirma. Além dos recursos do benefício, ela engorda a renda com o dinheiro arrecadado com reciclagem de latinhas. “Hoje em dia não tenho mais condições de trabalhar. É mais difícil. Ainda consigo fazer as coisas de casa, mas trabalhar fora não tenho condições. Ainda mais realizando trabalho braçal”, completa.

Coordenadora da Gestão de Benefícios e Cadastro Único de Porto Alegre, Raquel Zardin explica que a iniciativa da prefeitura conta com a parceria com o Ministério Público estadual (MPE), que disponibilizou um ônibus para atendimento do usuários. Em Porto Alegre, mais de 30 mil cadastros têm dados inconsistentes e desatualizados. Somente na Restinga são mais de 4 mil famílias. Até o começo da tarde, pelo menos 65 fichas haviam sido distribuídas à população. Muita gente aguardava por atendimento nas dependências da Pracinha da Cultura. Segundo Raquel, o mutirão conta com sete entrevistadores.  

“Iniciamos o atendimento às 8h30 para mobilizar o maior número de pessoas, realizar atualização de cadastro e fazer cadastro novo, além de pegar o perfil de população que a gente precisa para a questão dos benefícios sociais do Governo Federal”, destaca. Conforme Raquel, além dos mutirões e ações nos Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), a população pode buscar atendimento nos postos descentralizados do bairro. “O objetivo do mutirão é acessar todos os territórios que têm maior incidência de vulnerabilidade e que tenham difícil acesso”, relata. A próxima ação está prevista para o bairro Partenon. 


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