"Não podemos parar", diz dona de mercado alagado na Ilha da Pintada, em Porto Alegre

"Não podemos parar", diz dona de mercado alagado na Ilha da Pintada, em Porto Alegre

Prejuízos no local superam R$ 1 mil

Felipe Faleiro

Mercado de Fernanda (no caixa) e o pai Luis (no balcão) foi inaugurado há três meses

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Há três meses, Fernanda Silva da Silva e o pai, Luis Fernando Ferreira da Silva, inauguraram um pequeno mercado na avenida Presidente Vargas, na Ilha da Pintada, de costas para o Guaíba. Eles não contavam com o excesso de água que invadiu a mercearia nos últimos dias e afastou clientes e fornecedores. “Alguns nem estão vindo pensando que a ilha toda está embaixo d’água”, comentou a comerciante. 

Ainda que não seja o caso, grande parte da Pintada segue sofrendo com os alagamentos duas semanas depois do início das chuvas históricas em Porto Alegre. Na manhã desta quinta-feira, Luis improvisou uma ponte com paletes e pedaços de madeira por sobre a água na calçada, e este era o único ponto possível de travessia. Dentro do mercado, a enchente subia a cerca de dez centímetros do piso. “Não podemos parar”, afirmou Fernanda.

Fernanda e Luis relataram prejuízos superiores a R$ 1 mil no estabelecimento, R$ 300 destes apenas com o freezer da área da padaria que estragou há alguns dias. O restante foi com produtos que estavam nas prateleiras mais baixas e também molharam. Para os dois, o alagamento é um inconveniente a ser superado, pois mesmo com a água, a clientela mais fiel segue frequentando o local. 

O aposentado Paulo Fernando Lopes de Oliveira foi hoje pela manhã descalço ao estabelecimento comprar alguns itens de fiambreria. “Minha casa também alagou agora, mas nada comparado ao ano de 2015. Agora, não chegou a entrar tanto”, falou ele, enquanto saía com os produtos. Mais adiante na ilha, o alagamento continua nas principais vias, em função dos níveis próximos dos recortes do Guaíba nos últimos dias. 

Também na tarde de quinta, a Unidade de Saúde Ilha da Pintada reabriu para atendimento ao público, após alterações serem feitas no local depois das fortes chuvas, informou a Secretaria Municipal de Saúde (SMS). O abrigo montado pela Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc) na Escola Estadual Alvarenga Peixoto, na Ilha Grande dos Marinheiros, chegou a receber 15 pessoas no feriado, sendo que o local tem espaço para o dobro de moradores.


Correio do Povo
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