Nível do Guaíba segue em queda e Dmae alerta para dificuldades no abastecimento

Nível do Guaíba segue em queda e Dmae alerta para dificuldades no abastecimento

Órgão recomendou consumo consciente e pediu a colaboração de toda a população

Felipe Faleiro

Sujeira também está acumulada em pontos da orla do Guaíba

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O nível do Guaíba despenca diariamente. Na tarde desta sexta-feira, a régua do Cais Mauá, no Centro Histórico, sinalizava 43 centímetros. A marca é quatro centímetros menor do que os 47 cenímetros normais para a média histórica de janeiro, de acordo com dados da MetSul Meteorologia. Desde a noite anterior, havia queda nos níveis, que alcançaram 76 centímetros às 20h15min do dia anterior. Quem trafega pela avenida Edvaldo Pereira Paiva, no sentido Centro-bairro, consegue avistar inúmeros pontos de assoreamento e também elevado acúmulo de resíduos, lançados inadvertidamente nas águas. Quem chega à Capital pela avenida Castello Branco também é surpreendido por "pequenas" ilhas que se formam devido à redução no nível do manancial.

O Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae), que monitora permanentemente os níveis do Guaíba, emitiu hoje um novo alerta. Neste período de altas temperaturas e baixo volume de chuvas, podem ocorrer alterações no nível, que é a principal fonte de água de Porto Alegre. Se isso ocorrer, pode haver dificuldade na captação, principalmente no ponto do bairro Belém Novo, na zona Sul da Capital, com risco de problemas no abastecimento. Diante deste cenário, o órgão recomenda o consumo consciente e pede a colaboração de toda a população.

Algumas regiões da cidade estão no limite da capacidade de produção, como o Belém Novo e o Extremo-Sul, pois tiveram um grande crescimento populacional e crescimento de áreas. Nessas regiões, pelas características do ponto de captação, que fica em uma enseada, qualquer alteração de vento é sentido de forma mais aguda. Esse fator somado ao baixo nível, temperaturas e consumo elevado, pode ocasionar falta de água por períodos mais longos. “O Dmae garante a potabilidade da água e atua para que os impactos dos fenômenos seja o menor possível à população, monitorando permanentemente a operação técnica das estações e o tratamento”, salienta o diretor-geral do Dmae, Alexandre Garcia.


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