Na região sul do RS, autoridades seguem monitorando altura dos rios

Na região sul do RS, autoridades seguem monitorando altura dos rios

Em municípios como Pelotas e Rio Grande a chuva segue constante e causando alagamentos em pontos das duas cidades

Angélica Silveira

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Com o acúmulo das chuvas desde esta segunda-feira e que devem permanecer nos próximos dias no Estado, a atenção na região Sul está voltada aos rios e arroios localizados nos municípios e que quando transbordam trazem transtornos para as populações ribeirinhas. Em Pedro Osório, cidade que decretou emergência devido a última cheia do Rio Piratini, choveu até às 13h desta terça-feira 80 milímetros.

O coordenador municipal da Defesa Civil, Lauri Centeno, conta que o rio Piratini começou a subir lentamente. “Ele já saiu da caixa e está na altura do camping da cidade.  A zona ribeirinha ainda não foi atingida por esta chuva, mas aumentou a preocupação com a elevação do rio”, admitiu.

Com a alta, a ponte da Orqueta está obstruída nas cabeceiras O número de desabrigados também cresceu, chegando a 208 pessoas que tiveram que deixar suas casas. Dessas, 52 estão abrigadas no ginásio paroquial. 

Na cidade vizinha de Cerrito choveu 80 milímetros também na última noite. O prefeito Douglas Silveira conta que o Rio Piratini subiu seis metros acima do nível. Com isto, o bairro São Miguel é o mais afetado. O município registrou queda eventual de granizo.  O camping municipal está alagado. “Cerca de 300 pessoas estão fora de suas casas”, destaca. 

Em Pelotas, a chuva segue constante, com alguns locais registrando alagamentos. Conforme o boletim disponibilizado pela Prefeitura, até as 14h choveu 35 milímetros. O canal São Gonçalo estava 1,4 m acima do nível. Uma árvore caiu com o vento na Avenida Assis Brasil, mas ninguém ficou ferido ou houve registro de danos. Até às 10h, a estrada do Andrade, na localidade de Rincão do Andrade, no distrito do Quilombo, estava interditada em função da chuva.

O trânsito para chegar ao local segue por rota alternativa. Durante a última noite, 56 pessoas foram recebidas na Casa de Passagem. Durante a manhã, 31 pessoas e dois cães permaneceram no local. Uma família no bairro Vasco Pires, recebeu lonas, cobertores e alimentos e outras duas, moradoras também do Vasco Pires e do Areal receberam lonas. 

Na tarde desta terça-feira, outras quatro famílias solicitaram lonas e telhas. São moradores do Barro Duro, Getúlio Vargas, Simões Lopes e da Vila Castilho. A Prefeitura suspendeu as atividades nas escolas municipais também nesta quarta-feira, e a Universidade Federal de Pelotas (UFPEL) tomou a mesma medida, em função da previsão de fortes chuvas na região.

Em Dom Pedrito, o rio Santa Maria segue tendo atenção. Sete famílias foram retiradas de suas casas. Elas estão tendo suas necessidades básicas atendidas pela Secretaria do trabalho e desenvolvimento social. O rio atualmente está 4,7 metros acima do nível normal. 

Como segue a previsão de chuvas fortes, as pessoas não devem voltar para suas casas até o final desta semana.  Em Jaguarão, na fronteira com o Uruguai, a atenção é toda para o rio Jaguarão. O coordenador da Defesa Civil do município, Júlio Padilha, conta que por volta das 16h desta segunda-feira choveu 35 milímetros em 15 minutos. “Isto causou uma enxurrada, com as rajadas de aproximadamente 80 quilômetros por hora, o que acabou destelhando duas escolas municipais e seis casas e derrubando diversos postes”, lembra. Em torno de 20 famílias seguem desalojadas na cidade. “Eles foram realocados nas casas de parentes ou amigos. O ginásio segue preparado, mas por enquanto está vazio”, contou nesta terça-feira.

A preocupação é o rio Jaguarão que já cresceu. Na segunda-feira estava 1,7 metros acima do nível, nesta terça a medição da régua apontou 4, 60 metros. “A água já subiu na rua que faz a margem do rio. Como ele nasce nas cidades de Hulha Negra e Bagé e lá também está chovendo, a tendência é que suba mais”, admite.Nesta terça-feira equipes da Prefeitura estavam desobstruindo valas, valetas e bueiros para evitar novos alagamentos, com os desta segunda, quando a água chegou no pátio de algumas pessoas.

A chuva intensa da madrugada causou danos em algumas estradas de São José do Norte. A cidade também registrou chuva de granizo fraca. Não há registro de desabrigados ou desalojados. As lanchas e balsas que fazem a travessia com  a cidade de Rio Grande funcionam normalmente. As aulas seguem suspensas nas escolas municipais também nesta quarta-feira. A defesa civil cedeu uma lona e nesta terça-feira estava entregando telhas para um morador do bairro Canastreiro, que teve a casa destelhada.

Em Rio Grande choveu aproximadamente 65 milímetros, segundo a defesa civil , até a tarde desta terça-feira. Os ventos foram considerados fracos. Segundo a praticagem da barra, a movimentação no Porto segue normalmente. Na noite desta segunda-feira três famílias foram retiradas de suas casas, nesta terça-feira outras duas. Com isto, o abrigo montado na Vila da Quinta está recebendo 24 famílias.

O arroio das Cabeças segue cheio e sendo motivo de preocupação para a defesa civil. “Tivemos alagamentos em vários bairros, mas o escoamento foi rápido. O foco é na Vila da Quinta, onde o solo está úmido e segue a dificuldade. O acesso foi normalizado, com exceção das regiões alagadas”, destaca o secretário executivo da defesa civil municipal, Anderson Montiel. 


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895