Nas margens das BRs, MST protesta contra perdas nas lavouras de arroz após enchentes do Rio Jacuí

Nas margens das BRs, MST protesta contra perdas nas lavouras de arroz após enchentes do Rio Jacuí

A intenção é de manter uma vigília como uma forma de pressionar as autoridades a responder às demandas dos agricultores

Paula Maia

Em Viamão, o MST está na entrada do Assentamento Filhos de Sepé. Em Nova Santa Rita, na BR Assentamento Montepio, e em Eldorado do Sul, na BR 386, entrada do Assentamento Lanceiros Negros

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Na manhã desta quarta-feira, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) se mobilizou nas margens das BRs – em Viamão, Eldorado do Sul e Nova Santa Rita – para expressar as preocupações e reivindicações em relação aos prejuízos enfrentados após as enchentes do Rio Jacuí.

De acordo com o movimento, o objetivo é dialogar com a sociedade e expor a perda na produção agroecológica da região. As famílias pedem ações do governo do estado e federal para amenizar os impactos das inundações.

Diego Severo, um dos representantes, enfatizou a urgência da situação devido às perdas significativas enfrentadas pelos 3.500 hectares de arroz cultivados nos assentamentos das regiões.

"A pauta de hoje é a indicação sobre as perdas, os prejuízos que a gente teve nas lavouras de arroz da região metropolitana", comentou Diego Severo, ressaltando a importância dessas áreas agrícolas para o abastecimento local e nacional. Além das lavouras de arroz, Severo destacou as dificuldades enfrentadas pelas hortas, cruciais para o fornecimento de alimentos em programas governamentais de alimentação.

Em alguns locais, a perda da lavoura de arroz chegou a ser de 100%, de acordo com os representantes do movimento, o que tem causado diversos prejuízos aos agricultores. Em Eldorado houve perda de 100% das verduras. O tomate orgânico produzido em Viamão teve perda de mais de 70%. Segundo eles, no município de Eldorado do Sul, mais de 2,7 mil famílias tiveram que sair de suas casas. Os laudos apresentados pela Emater apontam que as perdas são imensuráveis.

Os agricultores também ressaltam a estiagem prolongada nos últimos três anos com diversos estragos na cadeia produtiva do leite, arroz e feijão.

Severo também informou que as negociações também tiveram início em Brasília, com uma rodada de reuniões liderada pelo ministro da Secretaria de Comunicação, Paulo Pimenta, com representantes dos ministérios.

“Ontem já teve então uma rodada de negociação com os diretores dos ministérios. Foram levadas essas demandas. A gente exige uma negociação das dívidas dessas lavouras afetadas. Também está incluído as hortas, somos responsável por abastecer as feiras, abastecer os programas de alimentação do governo federal, municipal, estadual, As hortas tiveram perdas significativas”, declarou Severo.

Diego Severo expressou a intenção de manter uma vigília, mobilizando-se nas margens das BR e das RS, como uma forma de pressionar as autoridades a responder às demandas dos agricultores. Ele ressaltou que, caso não houvesse uma resposta satisfatória por parte do governo estadual em relação às negociações e políticas em questão, os agricultores considerariam bloquear as vias.

O grupo deve se encontrar com representantes do Estado na tarde desta quarta-feira, no Palácio Piratini.


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