Nem-nem: grupo de jovens que não estudam nem trabalham cai para 22,3%, aponta IBGE

Nem-nem: grupo de jovens que não estudam nem trabalham cai para 22,3%, aponta IBGE

Dado está em queda há dois anos, enquanto aumenta número de jovens que só trabalham

Correio do Povo

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O número de jovens que não estudam e nem trabalham – conhecidos como Nem-Nem – foi de 22,3% em 2022, dentre as pessoas entre 15 e 29 anos. No ano passado, o índice era de 25,8%. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), nesta quarta-feira, 41,3% deste público estava apenas ocupado, ou seja, trabalhava e não estudava; 24% apenas estudava; 22,3% não estudava nem trabalhava; e 12,4% dos jovens trabalhava e estudava.

No gráfico, é possível observar três variações bem marcadas de 2020 para 2022. Aumentaram os percentuais de jovens que só trabalham (35,1% para 41,3%) e dos que trabalham e estudam (10,1% para 12,4%); e caiu o percentual de jovens que não trabalham nem estudam (de 28% para 22,3%). Os jovens que apenas estudam também tiveram redução, de 26,7% em 2020 para 24%.

Estudo aponta três subperíodos diferentes

A análise traz uma divisão de três subperíodos distintos entre 2012 e 2022: de 2012 a 2015, que tem como marco a crise econômica de 2015-2016; de 2016 a 2019, antes da pandemia de Covid-19 em 2020; e de 2020 a 2022, durante e após a pandemia.

No primeiro período, o percentual de jovens somente ocupados estava acima de 40%, seguido dos percentuais de jovens que só estudam, em torno de 22,2%; e dos que não estudam e que não estão ocupados, que eram cerca de 22%. 

Em 2016, houve redução dos jovens ocupados, de 42,0% para 39,4%; e dos que estudam e trabalham, de 12,2% para 11,2%. Houve aumento, do percentual dos jovens que somente estudam, de 22,9% para 24,7%, e dos que não estudam e que não estão ocupados, de 22,9% para 24,6%. Os percentuais mantiveram-se nesse patamar até 2019.

No terceiro subperíodo, em 2020, houve queda no percentual de jovens que estavam somente ocupados no mercado de trabalho, de 40,2% para 35,1%, e dos que estudavam e estavam ocupados, de 11,9% para 10,1%. Como consequência, aumentaram os percentuais de jovens que somente estudavam, de 23,8% para 26,7%, e de jovens que não estudavam e não estavam ocupados, de 24,1% para 28,0%, entre 2019 e 2020.

A partir de 2021, o quadro mudou, em função da melhoria do mercado de trabalho. Aumentaram os jovens ocupados, enquanto o percentual de jovens que não estudavam e não estavam ocupados diminuiu. 

Faixas de idade

O estudo traz ainda um recorte por faixa de idade. Entre os jovens de 15 a 17 anos, a principal mudança observada de 2012 para 2022 foi o aumento dos que somente estudavam, de 67,0% para 80,4%. Nas demais situações, houve redução.

No grupo de 18 a 24 anos, destaca-se o aumento dos que não estudavam e nem estavam ocupados e dos que somente estudavam. A redução do percentual de somente ocupados demonstra a dificuldade na transição escola-trabalho para esse grupo.

No grupo de 25 a 29 anos, houve aumento dos que somente estudavam ou que estudavam e trabalhavam; estabilidade entre os jovens que não estudavam e não estavam ocupados; e queda entre os somente ocupados.

O estudo indica um aumento na inserção dos jovens no sistema de ensino, com crescimento dos jovens dos grupos de 15 a 17 anos e de 18 a 24 anos. Ao mesmo tempo, diminuiu o percentual de jovens ocupados no mercado de trabalho em todos os grupos etários. 

“Contudo, ressalta-se que foi entre os jovens de 18 a 24 anos que a condição de não estudar e não estar ocupado avançou entre os dois anos analisados, demonstrando a maior vulnerabilidade desse grupo etário na transição escola-trabalho”, diz trecho da publicação.


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895