Nova manutenção emergencial do Dmae faz comunidade recorrer a bicas para obter água

Nova manutenção emergencial do Dmae faz comunidade recorrer a bicas para obter água

Serviço foi interrompido em grande parte de cinco bairros de Porto Alegre nesta quinta-feira

Felipe Faleiro

Pequeno curso d´água corre por entre as pedras no bairro São José, porém órgão não recomenda seu uso

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Uma manutenção emergencial promovida pelo Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) na Estação de Bombeamento de Água Tratada (Ebat) São José II, no bairro São José, deixou grande parte da população de cinco bairros e comunidades próximas sem abastecimento, na manhã desta quinta-feira. Em que pese o serviço ter sido resolvido ainda no começo da tarde, a comunidade novamente precisou recorrer a alternativas, como bicas, apesar de não recomendadas pelo órgão.

Um reservatório do Dmae existente na região, com capacidade de 6 milhões de litros, forneceu água aos locais até por volta das 10h, quando o abastecimento foi então interrompido. Conforme a autarquia, foram substituídas uma válvula borboleta e um grupo moto-bomba. A comunidade em si, especialmente dos pontos mais elevados, sabe que quando as torneiras secam, é preciso aguardar pacientemente. Quem não tem alternativa faz fila junto às vertentes.

No final da Travessa dos Bandeirantes, também no bairro São José, há 50 anos a água jorra junto ao chão com relativa força de um encanamento que se conecta a uma caixa abaixo do solo. Após, ela some por baixo das pedras. Ali acima, vive o aposentado Antônio Garcia e sua família, em um conjunto de casas. Separando a viela da bica, há apenas um pequeno portão gradeado, onde há uma placa que pede seu fechamento assim que há o acesso. “Qualquer um pode entrar aqui, dia e noite. É só falar conosco. Quando falta água aqui, se forma uma grande fila”, afirma ele.

O autônomo Fabrício Cristiano dos Santos, outro morador da região, foi um dos que foi afetado pela falta de abastecimento hoje. “Quando a água volta, depois destas manutenções, geralmente é bem escura”, comentou ele, que vive com a mãe, de 72 anos, e dois filhos, uma jovem de 19 anos e um menino de 7 anos. “Geralmente nos avisam, ou vemos no Facebook. Desta vez, não fomos avisados desta manutenção”, comentou ele.

Em caso de desabastecimento crônico, o Dmae informa que é preciso solicitar o caminhão-pipa por meio da subprefeitura local. No caso do São José, é a do bairro Partenon. O órgão também informa que a água pode apresentar coloração e gosto alterados em seu retorno, em razão do arraste de micropartículas não prejudiciais à saúde que podem estar nas paredes internas da tubulação. Caso ela não volte ao seu aspecto normal, o cliente pode solicitar lavagem da rede ou ramal domiciliar pelo telefone 156, opção 2.


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