Nova ponte entre ilhas da Pintada e Mauá ainda gera dúvidas entre moradores em Porto Alegre

Nova ponte entre ilhas da Pintada e Mauá ainda gera dúvidas entre moradores em Porto Alegre

Obra, prevista para começar na última segunda-feira, teve até o momento apenas visitas técnicas

Felipe Faleiro

Pontilhão continuava sem intervenções até a manhã desta quarta-feira

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Está iniciando, nesta semana, a obra da nova ponte sobre o Arroio Mauá, entre as ilhas da Pintada e Mauá, em Porto Alegre. A promessa é que sua conclusão traga sensíveis melhorias na segurança à travessia entre os dois locais, finalizando uma demanda de décadas. O prazo para finalização é de um ano a partir da última segunda-feira, quando foi dada a ordem de início dos trabalhos. A ponte, toda em concreto armado, tem 52 metros de extensão e 9,6 metros de largura, e ainda terá passeios laterais.

Na manhã desta quarta-feira, o mestre de obras do projeto, Miguel Roque Souza Vieira, estava no local fazendo as primeiras inspeções. Ele contou que por volta de dez a 15 funcionários estarão trabalhando na obra, que começa pela instalação de uma passagem provisória para pedestres nas laterais da atual, que levará de 45 a 60 dias. "Depois, a ponte de madeira que existe hoje será demolida", afirma Vieira. A empresa JB Participações Societárias, da Capital, contratada pela Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), responsável pela execução, locou duas propriedades próximas para depósito de materiais.

A ponte atual não corre risco de cair, apesar de haver diversas madeiras soltas. Pelo mesmo motivo, a estrutura hoje existente também torna praticamente inacessível o trânsito de cadeirantes. Placas nas duas extremidades da estrutura alertam que veículos maiores, como ônibus e caminhões, não podem passar. Morador há quase 60 anos da Ilha Mauá, o aposentado Nelson Pires, 78, afirma que já desde aquela época havia a ideia da construção, e que o pontilhão foi reformado pela última vez no ano de 2010. Ainda segundo ele, os habitantes da área ficaram empolgados com o mais recente projeto, mas "já estão com um pé atrás". "A Prefeitura já descumpriu a primeira promessa, que foi de iniciar a obra na segunda-feira", afirma.

Ele se refere à declaração do titular da Smoi, o secretário André Flores, que se reuniu com as comunidades da Mauá e Pintada na última sexta-feira para detalhar o projeto. Pires, no entanto, acredita que este é apenas um inconveniente, e que a obra, quando finalizar, deve melhorar as condições de vida à população do entorno. Durante a obra, todos os carros estarão impedidos de passar, já que a ponte é o único acesso da Mauá ao restante de Porto Alegre. 

Então, o que fazer caso os moradores necessitem de ambulância ou Corpo de Bombeiros? A Smoi afirma que caminhões de Bombeiros já não acessam naturalmente a área, em razão do peso do veículo. Em breve, o mesmo acontecerá com ambulâncias. "Elas terão que parar no outro lado e passar a pé com a maca. Os moradores também estão orientados a deixar seus automóveis de um lado ou de outro. Depois não vai ser possível entrar ou sair por este período de 12 meses", alerta Vieira.


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