Nova ponte entre ilhas de Porto Alegre deve pôr fim a demanda de décadas

Nova ponte entre ilhas de Porto Alegre deve pôr fim a demanda de décadas

Obra iniciou na segunda-feira e tem prazo de finalização de até 12 meses

Felipe Faleiro

Ponte nova deverá substituir a antiga, construída de forma irregular

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Uma espera de praticamente seis décadas está chegando ao final na região do bairro Arquipélago, em Porto Alegre. A nova ponte de ligação entre as ilhas da Pintada e Mauá, em concreto armado, teve as obras iniciadas na última segunda-feira, primeiramente com inspeções e a chegada dos materiais. A estrutura deverá substituir a antiga, cuja data de construção é incerta, de acordo com moradores locais. Hoje, ela representa um verdadeiro perigo na travessia, já que caminhões e grandes veículos não podem transitar entre os dois lados.

Os moradores foram orientados a ficarem atentos, já que, durante a execução dos trabalhos por parte de funcionários terceirizados da Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), o único acesso da ilha Mauá à Pintada estará bloqueado, exceto para pedestres. Para evitar transtornos, o pontilhão de madeira não será imediatamente demolido, mas somente após o término de outra ponte temporária, exclusiva para pessoas que circulam a pé, e construída nas laterais da atual. Depois da finalização da nova, haverá o desmanche da anterior.

Ao todo, a nova travessia sobre o Arroio Mauá terá 52 metros de extensão e 9,6 metros de largura. “Foi uma demanda da comunidade por meio do Orçamento Participativo a construção desta ponte, porque a atual foi construída de maneira irregular e é absolutamente precária. Já tivemos ali acidentes, inclusive envolvendo cadeirantes e acidentes com veículos. E não existe outra forma de construí-la sem demolir a atual”, comenta o titular da Smoi, secretário André Flores.

O prazo de execução de todo o conjunto é de 12 meses, e para construir a ponte temporária, de 45 a 60 dias. Ou seja, a ponte em si, com investimento público de R$ 3 milhões, deverá ser finalizada em um prazo estimado de até dez meses, e deverá suportar até 40 toneladas. “Esta passarela temporária para pedestres permite que cadeirantes e pessoas com dificuldades de locomoção transitem. A nova ponte será feita de forma adequada, e representa um investimento humano e de qualidade de vida para esta comunidade”, comenta ele.

De forma geral, os moradores aprovam a obra em si, e a pouca movimentação ainda de técnicos é justificada pelo início das obras. A tendência é que elas acelerem assim que houver a chegada plena de trabalhadores. “Tínhamos muita necessidade dela. A última restauração da atual foi há uns dez anos”, afirma o aposentado Nelson Pires, 78 anos, morador da Ilha Mauá há seis décadas. Ele também diz acreditar que a nova travessia traga ainda mais desenvolvimento para o local.


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