Nove meses depois de assumir a Corsan, Aegea apresenta balanço dos trabalhos em 2023 no RS

Nove meses depois de assumir a Corsan, Aegea apresenta balanço dos trabalhos em 2023 no RS

Balanço foi apresentado no Palácio Piratini ao governador Eduardo Leite. Grupo afirma ter investido cerca de R$ 1,7 bilhão desde julho de 2023

Rodrigo Thiel

vice-presidente regional Sul da Aegea, Leandro Marin, apresentou o balanço dos primeiros nove meses de operação ao governador Eduardo Leite

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Com pouco mais de meio ano à frente da Corsan, o grupo Aegea apresentou nesta quinta-feira um balanço dos primeiros meses de trabalho gerindo o abastecimento de água e o saneamento em 317 cidades do RS. O encontro, que foi realizado no Palácio Piratini e contou com a participação do governador Eduardo Leite, serviu também para apresentar as perspectivas de investimento da empresa na companhia para os próximos meses.

O vice-presidente regional Sul da Aegea, Leandro Marin, apresentou um balanço de como estava a Corsan antes da entrada do grupo e nove meses depois do início das operações. No período, foram investidos cerca de R$ 1,7 bilhão em diversas áreas, sem contar com o valor de R$ 4,1 bilhões já pagos pela aquisição da companhia e dos valores repassados para os municípios após a celebração de 2021 contratos repactuados de abastecimento.

Entre os investimentos destacados pelo grupo está o plano de desenvolvimento do litoral e iniciará nas próximas semanas, com previsão de R$ 600 milhões, que já permitiu a liberação de habite-se para 2.223 imóveis em Capão da Canoa e Xangri-Lá, além de melhorias em infraestrutura na região, e da aplicação em tecnologia no Centro de Operações Integradas da companhia. Outros R$ 483 milhões foram utilizados para o pagamento de rescisão de funcionários.

Dos 5,6 mil colaboradores que a Corsan tinha, cerca de 2,3 mil pediram desligamento, sendo que 2 mil já foram desligados. A Aegea afirmou também ter realizado a renovação de 1.920 veículos, entre leves e pesados, da frota da companhia. Outro ponto destacado por Marin foi o índice de satisfação dos serviços prestados. Antes do grupo assumir, a Corsan possuía 4,2 mil solicitações de clientes pendentes de execução, com uma avaliação não recomendada na plataforma Reclame Aqui.

Passados nove meses, foi constatada uma redução de 25% nas reclamações, além de uma mudança no patamar de avaliação na mesma plataforma. “Estamos fazendo todo um escopo de projetos de engenharia, mas já temos obras sendo executadas em todas as regiões do estado. Tudo isso incluído nos R$ 15 bilhões que é a nossa estimativa de investimento para os próximos 10 anos”, apontou.

Marin ainda anunciou a intenção de uma mudança na sede da empresa, que está atualmente no mesmo prédio do Banrisul, na rua Caldas Júnior, no Centro Histórico de Porto Alegre. Ele contou já ter iniciado negociações com o consórcio Pulsa RS para montar uma nova sede no Cais Mauá.

Conforme o diretor de relações institucionais da Aegea, Fabiano Dallazen, o novo marco legal do saneamento exigirá que mais municípios necessitem de investimentos na área. Até 2033, 99% da população deve ter acesso à água potável e 90% à coleta de esgoto. “Nós temos metas intermediárias nos municípios que atendemos. Até 2028, por exemplo, temos que ter 30% de cobertura nos municípios. Aqui no RS, temos cerca de 170 cidades pequenas que possui uma distribuição municipal mas não possui a capacidade de realizar obra de esgotamento e melhorias de rede até 2033. Se não houver um movimento que permita essa viabilidade, logo adiante termos uma série de prefeitos responsabilizados”, falou.

Já o governador ressaltou que a privatização de uma companhia que opera um serviço público não significa a desoneração do poder público sobre o tema. “Esta reunião é justamente para a empresa prestar conta. A privatização foi o caminho que nós adotamos no RS e estamos com muita confiança que vai trazer o estado para o patamar que ele deve estar em termos de coleta de tratamento de esgoto”, finalizou o governador.

Em julho de 2023, Leite concluiu a privatização da Corsan ao assinar o contrato de venda e a transferência da companhia para a Aegea. O grupo arrematou a Corsan em leilão realizado em dezembro de 2022 por R$ 4,151 bilhões. Em outubro do ano passado, a Aegea havia informado a conclusão de 356 obras realizadas dentro dos 100 primeiros dias à frente da Corsan, com investimento de cerca de R$ 100 milhões.


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