Novo Hamburgo contabiliza mais de 250 animais resgatados sem dono na enchente

Cães, gatos e outros animais resgatados da enchente devastadora em Novo Hamburgo, no Vale do Sinos, estão acolhidos com seus donos no Ginásio Municipal Alberto Mossmann, conhecido como Ginásio da Fenac, no bairro Ideal. Já os feridos estão indo para o antigo hotel da Fenac, próximo dali, recebendo acompanhamento veterinário. O trabalho de triagem não para, assim como a solidariedade.

"Os animais chegam aqui com seus donos, passam por uma triagem, e depois direcionados para este alojamento, para não ficarem sozinhos. Aqui, eles ganham caminhas, vermífugos, comida, toda esta parte de cuidados sanitários também", contou a médica veterinária Sonia Ludwig, coordenadora do espaço. Bichinhos sem donos ficam em outro espaço, e, segundo ela, estes representam mais de 250 até o momento no município. Além disso, animais como pintinhos, vacas, cavalos, galinhas, galos, porquinhos da índia, entre outros, também foram ou estão sendo resgatados.

Para ajudar na identificação dos tutores, foi criada a conta @animaisdaenchente_nh no Instagram, que neste domingo já contava com mais de 2,7 mil seguidores. "Alguns animais foram salvos nadando, em cima de telhado, agarrados em grades, e muitos barqueiros foram recolhendo, colocando dentro dos botes e entregues a voluntários. Sabemos que muitos morreram, porém há alguns que precisam ser deixados para trás em um primeiro momento, e depois há o reencontro com os donos, o que é emocionante", prosseguiu ela. Rapidamente, o espaço lotou, e a Prefeitura está buscando outro local para abrigar mais.

O abrigo, um dos oito da Prefeitura em Novo Hamburgo, fora os criados espontaneamente por outros moradores, não necessita mais de rações, pois já há o suficiente, mas precisa de tapetes higiênicos, medicamentos para humanos e veterinários, sachês, areias para gatos, caixas de papelão e roupas para animais, que podem ser levados até o portão 11 da Fenac, na rua Araxá, 505, bairro Ideal, que fica próximo ao ginásio. Moradora do bairro Santo Afonso, Claudete Nunes da Silva, 59 anos, estava abrigada no local com seu filho e outros sete cães.

"Não tenho emprego nenhum e nem salário. Já perdi duas casas vivendo onde vivo. Nossa casinha está embaixo d'água. Perdemos até os documentos dela. E eles são nossa alegria", contou ela, que tem diagnóstico de depressão. "Se alguém puder nos ajudar, nos ajude. Saímos com a roupa do corpo e os bichinhos, porque foi tudo muito de repente", relatou a moradora, acrescentando que foi salvo por uma equipe da Defesa Civil de barco e encaminhada à estação Santo Afonso da Trensurb, antes de ser encaminhada de ônibus até o ginásio.