Mais de 67 anos após o início de sua construção, que nunca foi concluída, o Edifício Galeria XV de Novembro, o popular Esqueletão, no Centro Histórico de Porto Alegre, finalmente teve sua demolição finalizada. A oficialização do término ocorreu na manhã de quinta-feira (9), durante visita do prefeito Sebastião Melo ao terreno, localizado entre as ruas Otávio Rocha e Rua Marechal Floriano Peixoto.
Conforme o secretário de Obras, André Flores, que também participou da vistoria, durante o processo de demolição foram mais de 340 viagens de caminhões com caliça de obra e 70 viagens com ferro e materiais recicláveis, totalizando 6,3 mil toneladas. Para isso, 17 operários trabalharam diariamente no local. Com a remoção do prédio inacabado de 19 andares, originalmente construído na década de 1950, o terreno se transformou em um grande vazio, com alguns fragmentos dos materiais removidos.
Algumas pilastras tiveram que ser mantidas, para não prejudicar a estrutura dos prédios instalados ao lado, enquanto paredes também se mantiveram, para que o espaço não seja indevidamente ocupado. “Tanto essas colunas que ficaram, como as arandelas no prédio de trás, a gente optou por não remover, para não colocar em risco as estruturas dos prédios ao lado. Quando for feita uma nova construção, elas vão ser removidas”, explicou.
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Flores justifica que os engenheiros optaram pela medida, para causar o menor impacto possível durante toda a obra. “É uma questão que, esteticamente, parece um pouco ruim, mas o prédio está totalmente demolido. Só fizemos assim para não colocar em risco os prédios laterais”, disse.
Já o prefeito, ressaltou o aspecto histórico da conclusão dos trabalhos. “Depois de 67 anos, o esqueletão está no cemitério. Está derrubado. Isso é uma conquista para a alma da cidade, que é o Centro Histórico. Não foi fácil, mas eu quero estender a minha gratidão a todos que estiveram envolvidos. Agora o desafio é a destinação deste espaço, que é privado”, destacou.
Melo lembrou da decisão judicial que permitiu que o prédio fosse derrubado e disse que agora vai desapropriar a área. “Aqui terá um equipamento público, que está sendo analisado dentro dos financiamentos que nós vamos executar. O mais rápido possível, nós vamos cercar este espaço e definir o que será feito, fazendo com que essa região se valorize muito mais”, acrescentou.
O custo de todo o processo foi de aproximadamente R$ 4,3 milhões, pagos pela Prefeitura. Segundo Melo, o valor precisará ser ressarcido pelos proprietários do terreno, que tem cerca de R$ 5 milhões de IPTU em aberto, além da conta da demolição – que recebe o acréscimo de 15% – e dos laudos que foram necessários. Caso o custo da desapropriação seja maior do que o que foi gasto, o município é que terá que aportar a diferença para os responsáveis pelo esqueletão.