Ocupação de emergências continuam acima da capacidade em Porto Alegre

Uma situação recorrente do ano passado continua se repetindo nestes primeiros dias de 2024.: o atendimento acima da capacidade nas emergências adultas do Sistema Único de Saúde (SUS) em Porto Alegre.

Na manhã desta sexta-feira, o Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul chegou a registrar 333% de lotação. Já o Pronto Atendimento da Bom Jesus atingiu 285% de ocupação. O Pronto Atendimento da lomba do Pinheiro marcou 100%, o Hospital Santa Casa 225% e o Hospital da Restinga 138% de atendimento acima da capacidade.

No Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul, os pacientes aguardavam atendimento tanto para as consultas agendadas quanto para emergências. Walmor Duarte chegou às 10h com uma torção no pé direito e aguardava atendimento previsto para as 13h.

“Eu cai ontem e está muito inchado. Falaram que eu poderia ir no Hospital de Pronto Socorro (HPS), mas para não gastar com passagem vou ficar aqui”, contou.

Já Ana Paula Souza comentou que ficou três horas esperando pela consulta marcada para o traumatologista. O horário foi marcado após a sua consulta no HPS quando foi atendida por causa do pé quebrado.

Outro paciente aguardava ansioso para a consulta com o psiquiatra. Ele contou que antes de ir para o Pronto Atendimento da Cruzeiro do Sul havia procurado atendimento no Posto de Saúde Modelo.

Em dezembro, o coordenador municipal de urgências, Paulo Bobek, ressaltou que grande parte dos atendimentos nas unidades de saúde da Capital são de pacientes da Região Metropolitana, principalmente da região Norte.

Um das soluções para enfrentar a superlotação, de acordo com Bobek, é a reforma e ampliação dos Prontos Atendimentos da Lomba do Pinheiro e da Bom Jesus, visando transformá-los em UPAs 24h de Porte 3, que têm uma capacidade maior de atendimento. O projeto tem investimento de R$ 14 milhões.

As obras do PA Lomba do Pinheiro devem finalizar em agosto deste ano, e as do PA da Bom Jesus em outubro.

Procurada, a Secretaria Municipal de Saúde de Porto Alegre informou que 65% dos pacientes que aguardavam atendimento no PA Cruzeiro do Sul eram de classificação verde, com quadros de saúde leves e estáveis.

“O PACS é destinado ao atendimento de urgência e emergência, pacientes classificados como amarelo, laranja e vermelho segundo o protocolo de Manchester, validado cientificamente, e irá priorizar esses pacientes. A tendência é que pessoas com situações de classificação azul ou verde aguardem mais tempo pela priorização descrita acima: o adequado é que busquem assistência em uma unidade de saúde e agendem consultas para orientação e acompanhamento do estado de saúde, tratando intercorrências leves e também programando ações de promoção e prevenção de saúde”, completou em nota.