Operação escolta órgãos para transplantes em hospitais de Porto Alegre

Operação escolta órgãos para transplantes em hospitais de Porto Alegre

Ação conjunta entre EPTC, Central de Transplantes do RS e hospitais reduziu em quase pela metade o tempo do trajeto

Rodrigo Thiel

Sete agentes da EPTC auxiliaram no transporte de um coração do Hospital Cristo Redentor até o Hospital de Clínicas de Porto Alegre

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Minutos fazem a diferença para salvar uma vida. E esta necessidade de agilidade pôde ser percebida por quem estava no trânsito de Porto Alegre na tarde desta terça-feira. Foram duas escoltas realizadas pela EPTC para cirurgias de transplantes de órgãos em hospitais da capital. Na primeira, um coração foi levado às pressas do Hospital Cristo Redentor, na zona Norte, para o Hospital de Clínicas, na região Central. A segunda escolta saiu também da casa de saúde do Passo d’Areia, mas teve como destino a Santa Casa de Misericórdia.

Na primeira viagem, sete agentes da EPTC auxiliaram no transporte do coração. Um trajeto que normalmente dura cerca de 30 minutos foi realizado em 14 minutos com o auxílio de batedores e utilizando também o corredor de ônibus. De acordo com o coordenador da Coordenação de Operações Especiais (COE) da EPTC, Leandro Barbosa, o foco da operação é preservar a segurança viária da equipe médica, do órgão transportado e dos demais usuários da via.

“A nossa missão é chegar com segurança e entregar a equipe médica com o órgão em segurança lá no hospital de destino. Para nós, é importante que o condutor entenda que quando estiver passando uma moto com sirene ligada, é porque ela está realizando algum tipo de ação, um transporte de órgão ou um deslocamento de autoridade”, contou Barbosa. Em ambas as operações, os agentes da EPTC auxiliaram no deslocamento de um veículo da Central de Transplantes do RS, que carregava em uma mala térmica o órgão a ser transplantado.

O médico Álvaro Albrecht é um dos cirurgiões cardíacos do Hospital de Clínicas de Porto Alegre, uma das referências no RS para este tipo de procedimento. Ele foi o responsável pela retirada do órgão e acompanhou o transporte até a casa de saúde, onde uma equipe já estava preparada para iniciar o transplante em um paciente. Albrecht conta que, apenas em 2023, o Hospital de Clínicas realizou 14 transplantes de coração e que este tipo de cirurgia e toda a operação de transporte do órgão possuem uma grande complexidade para serem realizadas.

“Esta integração com a Central de Transplantes, com as outras equipes e com a EPTC para agilizar o transporte para o hospital é essencial. Só podemos ficar com o coração parado, fora do corpo, por quatro horas. E hoje, em uma terça-feira chuvosa, no meio da tarde, obviamente a cidade fica toda engarrafada. Sincronizar todas essas equipes não é uma tarefa simples. A gente sempre agradece muito a coragem das famílias enlutadas que transformam essa dor imensa em alegria para as pessoas que recebem esses órgãos”, completou o médico.


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