Pão dos Pobres, em Porto Alegre, celebra a nova fachada

Pão dos Pobres, em Porto Alegre, celebra a nova fachada

A solenidade de entrega da obra de restauração faz parte da comemoração dos 128 anos da instituição.

Paula Maia

Depois da restauração, a fachada ganhou iluminação cênica. O novo espaço conta com uma tela de grades que permite a visão para dentro da instituição.

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A primeira etapa da restauração da Fundação O Pão dos Pobres Santo Antônio, em Porto Alegre, foi entregue na noite desta terça-feira. A solenidade de entrega da fachada, situada na avenida Praia de Belas, fez parte da comemoração dos 128 anos da instituição.

Atualmente, a Fundação Pão dos Pobres atende 1.400 crianças e adolescentes em seus projetos. E ao longo dos 128 anos, mais de 90 mil pessoas já passaram por lá. O local ainda abriga 80 desses estudantes dentro da sede localizada no bairro Cidade Baixa. De acordo com o gerente João Rocha um dos pontos-chave dessa restauração é uma tela de grades, construída na avenida Praia de Belas, que permite uma visão interna do local para quem passar pela frente.

"Quem não gosta de ter uma casa nova, então fazer essa entrega para as crianças em especial, mas também para a comunidade, tem todo um sentido simbólico e ao mesmo tempo um sentido concreto da transformação da vida. Agora quem passa pela frente vai poder conhecer um pouco do que temos aqui dentro", declarou Rocha.

O arquiteto Lucas Volpato foi o responsável pelo projeto de restauração. Ele explicou que o trabalho começou em 2017, e a entrega é um momento muito simbólico. " Passando esses quase 20 anos sem restauro nenhum, sem nenhuma melhoria na fachada, essa entrega é muito simbólica, porque a gente está numa pós-pandemia, uma questão que a gente passou por um tempo de hibernação quase, e essa fachada agora derrubando esses tapumes, voltando novamente para a avenida com a cor original de 1925, é de fato um verdadeiro resgate, é uma satisfação tremenda", pontuou.

O arquiteto explicou que uma equipe com cerca de 50 pessoas participaram do projeto. " Nossa equipe tem vários profissionais, não só arquitetos, tem museólogos, tem restauradores, conservadores. E nós temos um processo metodológico, a restauração sempre é um processo de metodologia. Então a gente buscou, por exemplo, as referências iconográficas desse edifício, fotos antigas, a aquarela do arquiteto alemão Joseph Franz Lutzenberger, de 1925. Depois a restauradora esteve aqui e descobriu as cores, e aí assim por diante a gente foi buscando esses elementos que remetia aquele prédio inicial de 1925, que foi inaugurado em 1930. E através disso a gente foi trazendo essas características de volta" ,detalhou.

Natália tem 16 anos e mora no Pão dos Pobres há seis. Ela afirmou que a obra é uma conquista e um sonho realizado. Ela ainda revelou que ao presenciar a restauração teve a certeza de que quer ser engenheira. E que durante o processo de revitalização ficava imaginando como será sua casa no futuro.

" É um brilho para quem está vendo de fora, um brilho para quem está dentro do Pão, sabe? Porque isso, para nós, é uma alegria muito grande, porque está muito lindo, muito lindo, sério mesmo! Para nós que moramos aqui dentro, parece que é um paraíso. Um paraíso que a gente está vendo, que parece que é um sonho que está se realizando nas  nossas vidas", comemorou. 


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