Os avanços tecnológicos, a necessidade de atuar na prevenção e promoção da saúde e a importância da atuação conjunta de setores da saúde são os grandes desafios do século 21. É o que apontam especialistas convidados a participar do painel “The Journey of Health Alliances: Entrepreneurship and Innovation in Health” desta quarta-feira durante o South Summit Brazil, no Cais Mauá, em Porto Alegre.
Para o diretor geral do Hospital Mãe de Deus, Rafael Viegas Cremonese, é preciso “olhar para a saúde e criar produtos novos” para problemas antigos. “É uma questão de necessidade. E o mais alarmante é que essa necessidade de inovação é premente, não existe sequer espaço para a gente seguir setor como está”, reforça, acrescentando que é preciso “olhar para a doença antes que ela exista”.
Apesar das lições da pandemia, o especialista afirma que ainda há muito a avançar no setor da saúde. “Passado o inverno europeu, a gente achou que a Covid-19 tinha sido um grande acelerador, mas a gente viu que os casos de vírus sincicial respiratório foram muito dramáticos até para sistemas muito estáveis como o da Alemanha”, avalia. Ele ressalta que o Brasil deve enfrentar problemas semelhantes.
“As operadoras estão publicando agora seus balanços de 2022 e o prejuízo combinado é da ordem de R$ 15 bilhões. Isso porque o sistema como ele é hoje, do jeito que ele está estabelecido, não tem mais condições. Ele precisa obrigatoriamente de inovação”, ressalta. “A gente pode inovar barbaramente sem tecnologia e pode implementar tecnologia de uma forma irrestrita e não ser inovador com isso”, completa.
O secretário de Inovação de Porto Alegre, Luiz Carlos Pinto da Silva Filho, afirma que é grande o desafio de inovar na saúde, mas garante que o setor está preparado. “Junto com a água e alimentação, a saúde vai estar na agenda de todo mundo no século 21”, afirma. Conforme Silva Filho, o Rio Grande do Sul tem hospitais que são referência no país. “A gente está percebendo cada vez mais que a mágica de tudo isso é a gente ter um plano conjunto. Se cada um de nós tiver um grande plano para revolucionar a saúde, isso não vai funcionar, vamos dispersar energia, um vai entrar na frente do outro”, destaca.
Diretor executivo da Unicred Porto Alegre, João Batista Loredo de Souza, destaca o apoio da cooperativa na formação de universitários da área da saúde. “É motivo de orgulho termos tantos alunos formados”, afirma. Pró-Reitor de Inovação e Relações Institucionais da Ufrgs, Geraldo Pereira Jotz afirma que a universidade precisa estar cada vez mais junto da área da saúde. “Inovação é tudo aquilo que a gente consegue transformar em benefício social”, conclui.
