Papai Noel desce de rapel e alegra crianças internadas no Hospital Santo Antônio em Porto Alegre

Papai Noel desce de rapel e alegra crianças internadas no Hospital Santo Antônio em Porto Alegre

Ação faz parte do projeto Papai Noel radical do 35º Sonho de Natal de Canela, promovido pela Prefeitura de Canela 

Taís Teixeira

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O presente de Natal chegou antecipado no Hospital da Criança Santo Antônio, da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre. O Papai Noel e dois ajudantes iluminados  desceram “do céu”  e acenaram para as crianças que estão internadas para tratamento de saúde. O trio faz parte do projeto Papai Noel radical do 35º Sonho de Natal de Canela, promovido pela Prefeitura de Canela pelo segundo ano. Na terça-feira de noite, os três personagens, que são alpinistas, desceram de rapel do oitavo andar ao térreo, passando pelas janelas dos quartos interagindo com os  pacientes do oitavo ao quinto andar, destinados à internação. Um telão foi colocado no térreo para que os colaboradores do hospital pudessem trazer os familiares para acompanhar a atividade. Uma dupla de cantores também alegrou a entrada do hospital com músicas natalinas. 

A narrativa lúdica criada para inserir as crianças no contexto natalino foi de uma menina que estava internada e fez uma carta pedindo um presente ao Papai Noel. Por sua vez, o irmão da paciente  levou a carta  até Canela e entregou ao Papai Noel, que decidiu  visitar a menina  no hospital. A história era transmitida nos quartos dos pacientes, que depois viam o Papai Noel chegando pela janela e, logo mais, adentrando aos quartos. 

A gerente hospitalar do Santo Antônio, Cinara Maisonette Duarte, traduziu essa ação como a possibilidade de levar um sonho para uma realidade. “São crianças que muitas vezes estão internadas há tempo  e esses momentos de felicidade ajudam  em um melhor  desfecho clínico”, disse, afirmando que, no momento, 159 crianças estão internadas com as mais variadas enfermidades. Vestindo o uniforme de enfermeira e com uma tiara enfeitada, a enfermeira da unidade de internação do sexto andar,  Aline Scherer Stein,  olhava para cima com mais duas colegas,com olhos de quem via o Bom Velhinho pela primeira vez. “No ano passado, eu estava trabalhando na parte interna e neste ano estou vendo de fora e achando lindo”, disse.

A técnica de enfermagem do centro obstétrico, Gisele Vieira Kutinski,  trouxe a filha, o irmão, a prima grávida e os dois  afilhados para assistir o momento. “É mágico ver as crianças alegres,  o brilho no olhar, depois de um ano de muito trabalho a gente receber isso é gratificante”, afirmou. Sentados na recepção, os acolhidos da Casa  de Apoio Madre Ana viram a transmissão do evento.  A supervisora do local, Juliana Airoldi da Rocha, explicou que a casa é para crianças transplantadas, oncológicas e cardíacas ficarem no local com seus familiares até completar o tratamento hospitalar. Atualmente, 12 estão acolhidas, o que totaliza 75 pessoas junto com os parentes. Juliana salientou que atividades que proporcionem alegria ajudam muito no tratamento. “São crianças com uma condição debilitada, então essas ações ajudam muito”, destacou.

Foto: Fabiano do Amaral 

Da minha janela

No quinto andar, um quarto acomodava João Vicente Sigaran Ferreira, 2 anos e 3 meses, hospitalizado há mais de dois meses. Ele operou o coração e teve várias intercorrências. A mãe do menino, a doméstica  Elisângela Sigaran, ressaltou que o menino nunca tinha visto o Papai Noel. “Vamos ver se ele entende bem”, salientou.

Na cama ao lado, Talia Dias da Silva segurava no colo  Tamires Freitas, 1 ano e 3 meses, internada há 14 dias  à espera de um transplante de fígado. “Era para ela  ter se operado nesta semana, mas ela teve complicações e ficou para janeiro”, contou Tamires, que pediu para o Papai Noel para tudo dar certo no primeiro mês de 2023 para a menina, que sorriu ao ver o aguardado visitante na janela.

No quarto ao lado, mais dois pacientes esperavam a hora do Bom Velhinho.  Arthur Carvalho, 5 anos, recuperava-se da retirada do baço, devido à anemia. “Está louco para voltar para a casa”, relatou a mãe do menino, Renata Carvalho.

De Passo Fundo,  usando um vestido cheio de corações e  duas chiquinhas enfeitando os longos cabelos castanhos, Luane Machado, 7 anos, estava ansiosa. “Ele nunca desceu da janela da minha casa”, revelou. A mãe ,Tamires da Rosa Machado, comentou  que a filha fez um transplante de rim há mais de mês. “Nós estávamos na Casa Madre Ana e voltamos para o quarto  porque ela está tratando um vírus”, explicou.

A menina disse estar com saudade da escola, ela cursa a segunda série do ensino fundamental, e de casa. Para o Papai Noel, o pedido foi exato: uma bola, uma boneca e material escolar”. Tomara que o Bom Velhinho atenda.


Correio do Povo
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