Parque Estadual de Itapuã é oásis de preservação na região Metropolitana

Parque Estadual de Itapuã é oásis de preservação na região Metropolitana

Local em Viamão com 5.566 hectares tem atualmente duas praias e três trilhas abertas ao público

Felipe Faleiro

Praia da Pedreira é uma das duas acessíveis à visitação e ao lazer do público

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Por onde quer que se circule pelo Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, na região Metropolitana, fica a impressão de ser vigiado. Seja pelos seguranças protetores dos acessos e do local em si, seja pela constante presença dos animais que revoam, rastejam ou andam pelos 5.566 hectares extremamente bem preservados da unidade de conservação, em uma área de relevância histórica inquestionável para a formação histórica do Rio Grande do Sul. São capivaras, bugios, entre inúmeras outras espécies animais moradoras da área.

A 57 quilômetros de Porto Alegre, o parque, gerenciado pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), mas com vistas a ser concedido à iniciativa privada, tem duas praias abertas, a das Pombas e da Pedreira, além de três trilhas acessíveis à população, acompanhadas por instrutores treinados. A praia das Pombas é mais próxima à entrada principal, a partir da ERS 118, enquanto a da Pedreira, mais distante, e ladeada por rochas que nomeiam o local.

“Hoje, temos a capacidade de receber em torno de 1,4 mil visitantes por dia, distribuídos nas praias, mas cada um com sua densidade”, afirma o diretor de biodiversidade da Sema, Diego Pereira. Para isto, as projeções foram previstas no plano de manejo do parque. Para chegar ao Itapuã, é preciso passar por caminhos de asfalto e depois estradas de chão. Em agosto do ano passado, o governador Eduardo Leite disse que havia a pretensão de asfaltar o restante dos 4,7 quilômetros de acesso do local.

Dentro do parque, o trajeto é por vezes acidentado, porém as diversas vistas do local, e que enchem os olhos dos frequentadores, compensam todo o esforço, a partir da união das águas da foz do Guaíba e do início da Lagoa dos Patos. A infraestrutura conta também com o Centro de Visitantes, onde é possível acompanhar uma exposição fotográfica permanente com imagens da unidade, bem como um vídeo com a história do parque. Conforme Pereira, a intenção é que, em 2023, o processo de concessão entre no mesmo nível de modelagem técnica do Parque Estadual Delta do Jacuí, também na região Metropolitana, por exemplo.

Concedido ou não, o fato é que a ideia da parceria não permite a alteração das características originais do parque, como inclusive já houve uma vez, até por volta da década de 1970, quando na área havia uma comunidade de residências, mas que terminaram por ser removidas. Se, no passado, confrontos da Revolução Farroupilha tiveram lugar em suas praias e águas, inclusive com artefatos bélicos da época estarem até hoje visíveis em alguns pontos, hoje reina tranquilidade de exploradores e famílias em geral que buscam inspiração ou apenas um pouco de paz. 

O ar puro do Itapuã carrega também consigo um pouco do cheiro da História que teve lugar em seus canais aquáticos estrategicamente localizados. “Independentemente de ter esta missão prioritária de conservar ambientes e espécies, tanto da fauna quanto flora, há uma promoção constante de ações de educação ambiental, inclusive com escolas e comunidades indígenas lindeiras ao parque”, comenta Pereira.

O ingresso do parque custa R$ 21,65 por pessoa. Há também acesso de ônibus a partir de Porto Alegre e Viamão. Não é permitido ingressar com animais domésticos, além da realização de esportes náuticos e com bola, além de ciclismo na praia. O parque é aberto de quartas-feiras a domingos, das 9h às 20h, a venda dos bilhetes ocorre das 9h às 12h e das 13h às 17h, inclusive em feriados. Também é possível obter mais informações pelo WhatsApp (51) 98445-7745, de segunda a sexta-feira, das 8h às 12h e das 13h às 17h30min.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895