Passeata pede policiamento e limpeza no bairro Menino Deus, em Porto Alegre

Passeata pede policiamento e limpeza no bairro Menino Deus, em Porto Alegre

Ato ocorreu na avenida Getúlio Vargas, entre as avenidas José de Alencar e Ipiranga

Correio do Povo

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Uma caminhada sobretudo por maior policiamento e limpeza das ruas foi realizada na manhã deste sábado pelos moradores do bairro Menino Deus, em Porto Alegre. A passeata, que contou com faixas estendidas, ocorreu na avenida Getúlio Vargas, entre as avenidas José de Alencar e Ipiranga. A organização do ato foi da Associação Comunitária Moradores e Amigos de Porto Alegre-Núcleo Menino Deus (ACOMAPA). “Estamos vivendo um momento caótico”, alertou. “A gente paga caro os impostos e não tem um retorno do poder público. Pagamos os nossos impostos e então nós temos que ter o retorno. Queremos fazer valer os direitos dos moradores”, defendeu.

“Nós temos problemas gravíssimos de insegurança, lixo e morador de rua”, sintetizou o presidente da entidade, advogado José Paulo de Oliveira Barros. “A todo momento e a todo horário ocorrem crimes como roubos, furtos e tráfico de drogas, entre outros”, frisou. Ele citou, como exemplo, os assaltos em via pública para serem levados telefones celulares e pertences, os arrombamentos em prédios e retirada de metais dos edifícios por usuários de drogas, além de subtração de veículos.

“Não existe um dia que não tenha algum crime. É em qualquer horário do dia e da noite”, afirmou. “Há uma histeria coletiva de medo da bandidagem”, constatou. “Quem sofre são os moradores”, lamentou.

Em relação ao lixo, o presidente da ACOMAPA disse que os moradores de rua reviram os contêineres e deixam todos os resíduos espalhados em cima das calçadas na volta. “Está criando um caos”, observou. Ele admitiu, porém, que parte da própria comunidade precisa se conscientizar de colocar apenas material orgânico e não descartável nesses equipamentos.

Sobre os moradores de rua, o advogado José Paulo de Oliveira Barros avaliou que se trata de uma questão social e até de saúde que precisa ser resolvida pelo poder público. Para ele, a situação destas pessoas na via pública, morando em calçadas e praças, não é a mais adequada.

O representante da comunidade lembrou da sujeira, oriunda das necessidades fisiológicas feitas em qualquer lugar e do lixo recolhido, bem como da presença de usuários de drogas, alcoólatras e portadores de transtornos mentais. Na opinião dele, a assistência social precisa atuar efetivamente nesta situação. “Tem que ocorrer uma ação efetiva e prática do poder público, porque afinal de contas eles não podem estar vivendo dessa maneira, mas os moradores fixos não podem estar vivendo com essa insegurança”, considerou.

A entidade, que existe desde 2011, pretende marcar uma reunião para tratar destas questões com a Prefeitura de Porto Alegre, Brigada Militar, Polícia Civil e Guarda Municipal, entre outras. “Temos contatos semanalmente com o 1º BPM”, confirmou, criticando a lei que permite “o prende e solta” dos autores de crimes de menor potencial ofensivo. "Policiais nas ruas espantam os bandidos”, propõe como alternativa. “Queremos que se aumente o efetivo da Brigada Militar e coloque brigadianos nas ruas”, complementou.

Um grupo no WhatsApp com moradores da região já foi criado. Uma medida de proteção idealizada pelo advogado José Paulo de Oliveira seria uma rede de monitoramento integrado do bairro por câmeras em cada prédio do bairro. Outras ações estão sendo planejadas.


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