Pessoas brancas ganham 64,2% a mais do que pretas e pardas, aponta IBGE

Pessoas brancas ganham 64,2% a mais do que pretas e pardas, aponta IBGE

Quando aplicado o recorte de gênero, mulheres negras ou pardas são as que têm o menor salário

Correio do Povo

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Em 2022, a população ocupada de cor ou raça branca ganhava 64,2% mais do que a de cor ou raça preta ou parda, em média. Enquanto os trabalhadores brancos ganhavam em média R$ 3.273 por mês, os pretos e pardos tinham rendimento mensal médio de R$ 1.994. A disparidade salarial foi apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) por meio dos dados do Síntese de Indicadores Sociais (2023), divulgados nesta quarta-feira.

A discrepância entre ganhos também aparece no recorte de gênero. No ano passado, os homens ganhavam 27% a mais que as mulheres. Os trabalhadores do sexo masculino tiveram rendimento mensal médio de R$ 2.838, enquanto as trabalhadoras R$ 2.235. O grupo de menor renda era o de mulheres pretas ou pardas, com média mensal de 1.781.

De acordo com o IBGE, os resultados indicam a existência de desigualdade estrutural, dado que esses diferenciais, salvo pequenas oscilações, foram encontrados em todos os anos de 2012 a 2022.

Brancos ganham mais em todos os níveis de instrução

A desigualdade de rendimentos é melhor detalhada quando são adicionados recortes por número de horas trabalhadas e nível de instrução. Em 2022, a população ocupada de cor ou raça branca recebia rendimento-hora superior à população de cor ou raça preta ou parda qualquer que fosse o nível de instrução.

A maior diferença foi percebida na categoria superior completo, com R$ 35,30 contra R$ 25,70. Se levarmos em conta o valor total médio, a população branca ganhava 61,4% a mais, recebendo R$ 20,10 por hora trabalhada em relação à preta ou parda, que recebeu R$ 11,80.

Comparativo de dez anos antes

O estudo traz ainda um comparativo entre os números de 2022 em relação a 2012, mostrando uma leve tendência de redução da desigualdade. Os grupos que levam vantagem na remuneração (homens e pessoas brancas) tiveram redução nos ganhos médios. Por outro lado, os grupos de menor remuneração, tiveram crescimento. Ainda assim, a diferença se mantém.

Em uma década, os homens brancos tiveram redução de cerca de 4%, de R$ 3.949 (em 2012) para R$ 3.793 no ano passado. Já o ganho médio mensal de mulheres pretas e pardas teve aumento de cerca de 8%, de R$ 1.648 para R$ 1.781.


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