Petroleiros fazem protestos em frente à Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas

Petroleiros fazem protestos em frente à Refinaria Alberto Pasqualini, em Canoas

Manifestantes buscam negociações mais positivas com relação à contraproposta ofertada pela Petrobras no que diz respeito ao Acordo Coletivo de Trabalho

Fernanda Bassôa

publicidade

Trabalhadores da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, realizaram uma paralisação de duas horas, na manhã desta sexta-feira, em protesto de alerta na busca por negociações mais positivas com relação à contraproposta ofertada pela Petrobras no que diz respeito ao Acordo Coletivo de Trabalho (ACT), rejeitado pela categoria. O movimento desta sexta-feira teve adesão por livre espontânea vontade e com portões abertos.

Nenhum caminhão foi impedido de sair da Refinaria e o consumidor não foi afetado. O protesto teve caráter administrativo (interno).

A Petrobras e suas subsidiárias propõem 1% de ganho real, além da reposição da inflação, totalizando 5,66% de reajuste. Porém, além do ganho real de 3%, os petroleiros reivindicam 3,8% de reposição das perdas passadas e equiparação entre as tabelas salariais. 

A presidente do Sindicato dos Petroleiros do RS (Sindipetro) e diretora de saúde, meio ambiente e segurança da Federação Única dos Petroleiros, Miriam Cabreira, diz que a categoria travou uma luta política e também corporativa. “Estamos em campanha reivindicatória discutindo nosso Acordo Coletivo de Trabalho e também estamos discutindo uma pauta política, chamada Petrobras para o Brasil. Queremos uma Petrobras integrada, investindo na transição energética, utilizando os recursos provenientes do petróleo para se transformar em uma empresa de energia limpa.” 

Miriam diz que a empresa garantiu a reposição da inflação pelo IPCA, mas a categoria está discutindo o ganho real. “Para nós só seria ganho real acima de 3,8% porque daí compassaria os anos passados, mas no momento a Petrobras apresentou apenas 1% acima da inflação. Até 3,8% não repõe as nossas perdas passadas.”

Na luta corporativa, segundo Miriam, além da reposição salarial e das perdas, a categoria luta por direitos que foram perdidos nos últimos anos. “Por exemplo, o fim do banco de horas. Entretanto, nossa luta principal é pelo plano de saúde que foi muito atacado por conta da relação de custeio que prejudicou principalmente os trabalhadores aposentados que ganham menos. Nosso método de trabalho é muito adoecedor, pois somos expostos a agentes físicos e químicos e quando nos aposentamos, precisamos continuar tendo este suporte. Muitas doenças se manifestam após a aposentadoria.”

Segundo a presidente do Sindipetro, estas pessoas não podem ficar desassistidas. “Queremos a retomada de custeio e que melhore a qualidade do serviço. Esta é uma das principais bandeiras de luta da pauta corporativa.” 

A Petrobras afirmou, em nota, que está em processo de negociação do Acordo Coletivo 2023/2025 com as entidades sindicais e, até o momento, não foi notificada oficialmente sobre paralisações. A companhia reitera que segue aberta ao diálogo, acreditando que a transparência entre empresa, empregados e seus representantes é o melhor caminho para a construção de relações trabalhistas respeitosas e sustentáveis.

A Petrobras segue envidando todos os esforços no cenário da negociação do acordo coletivo em mesa negocial, de forma a garantir a segurança das pessoas, das instalações e a continuidade operacional.  


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895