Petroleiros protestam contra a privatização da Petrobras

Petroleiros protestam contra a privatização da Petrobras

Manifestantes pedem a saída de diretores que classificam como alinhados à gestão anterior.

Felipe Samuel

Manifestantes pedem suspensão, por 90 dias, da venda de ativos da petroleira

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Petroleiros de todo país se mobilizaram nesta sexta-feira para protestar contra a venda de ativos da Petrobras e exigir a suspensão do processo de privatização da companhia. No Rio Grande do Sul, integrantes do Sindicato dos Petroleiros do Rio Grande do Sul (Sindipetro-RS) participaram de ato em frente ao portão principal da Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas, na Região Metropolitana. Os manifestantes pedem a saída de diretores que classificam como alinhados à gestão anterior.

O diretor de Finanças, Administração e Patrimônio da entidade, Fernando Maia da Costa, explica que a categoria está insatisfeita com a permanência de dirigentes do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. “O povo deixou claro nas urnas que a empresa presta um serviço à nação e não ao acionista”, afirma. Em 1º de março, o Ministério de Minas e Energia (MME) enviou ofício à Petrobras solicitando a suspensão, por 90 dias, da venda de ativos da petroleira para análise e reavaliação das negociações em curso.

Com a posse da nova diretoria, prevista para 29 de março, a expectativa é que os integrantes revejam a posição da anterior e o Conselho de Administração suspenda a venda dos projetos que já tiveram pré-contrato assinado. “Queremos que a Petrobras tome novos rumos”, afirma. Além de exigir mudança no comando da empresa, o Sindipetro critica a possibilidade de pagamento de superbonus aos atuais diretores no valor de R$ 9,5 milhões. Uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo, prevista para esta sexta-feira, deve definir o pagamento do bônus.

Na avaliação de Maia, o pagamento do superbonus não se justifica, uma vez que considera péssima a administração dos Planos Petros do Sistema Petrobrás (PPSPs), um benefício definido patrocinado pela Petrobras, pela Petrobras Distribuidora e pela Petros para complementar a renda dos participantes durante a aposentadoria, em situação de risco, além de garantir pensão por morte para seus beneficiários. “O que a gente está vendo são planos mal administrado, gerando mais déficit no plano. E agora veio a notícia de que estariam recebendo abono de R$ 9,5 milhões”, critica.


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