Polícia investiga suposto caso de injúria racial em escola estadual de Pelotas

Polícia investiga suposto caso de injúria racial em escola estadual de Pelotas

Caso teria ocorrido no início desta semana, no Instituto de Educação Assis Brasil

Angélica Barcellos

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A polícia está investigando um caso de possível injúria racial que teria ocorrido no início desta semana no Instituto de Educação Assis Brasil, em Pelotas. Uma estudante, de 17 anos, estava no período de recreio, conversando com outras meninas, quando foi atingida na cabeça por uma banana, que teria sido atirada de uma das janelas da escola por outra aluna.

Por envolver duas adolescentes, o caso foi registrado na Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA). Conforme a delegada Lisiane Mattarredona, que investiga o caso, o crime pode ser tipificado como injúria qualificada pelo elemento de raça e cor. “Como quem atirou a banana é uma adolescente, ela pode receber uma medida sócio educativa. A menina atingida procurou a delegacia e disse que ficou constrangida e ofendida, além de acreditar que isto tenha ocorrido por causa da cor de sua pele”, relata.

A delegada confirma que, a partir da investigação, a polícia já identificou possíveis autores. “Abrimos um procedimento de adolescente infrator. Uma adolescentes atirou a banana e há um possível envolvimento de outra também”, destaca. Nestes casos, a punição é decidida pela Promotoria da Infância e Juventude, que poderá aplicar uma medida socioeducativa.

A diretora da escola, Lauren Moreira, relatou que nesta quarta esteve em reunião com representantes da Coordenadoria Regional de Educação para projetar ações pedagógicas voltadas ao combate ao racismo. Ela também já esteve na delegacia prestando depoimento. Os quatro alunos envolvidos na ocorrência também devem prestar seus  depoimentos sobre o caso.

“Eles estão afastados das aulas até resolverem a situação. Um deles pediu transferência de escola, mas não conseguiu”, relata. Nesta quarta-feira, a família e os amigos da vítima realizaram um protesto em frente à escola. “Ela deve voltar a frequentar as aulas na segunda-feira, uma semana após o  ocorrido", projeta.


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