Política ambiental deve apontar para desenvolvimento econômico, diz Joaquim Leite na COP27

Política ambiental deve apontar para desenvolvimento econômico, diz Joaquim Leite na COP27

No Egito, o atual ministro do Meio Ambiente destacou ainda que governos não podem fazer política com 'discursos populistas'

R7

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O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, disse, nesta terça-feira (15), na 27ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP27) que o mundo deve caminhar para uma política ambiental racional que mire o desenvolvimento econômico. Para Leite, mesmo com "enormes desafios", o Brasil avançou ao investir em soluções climáticas e ambientais "lucrativas para as empresas, as pessoas e a natureza".

"O Brasil acredita que o mundo deve caminhar para uma política ambiental racional, não na redução de emissões extremamente forçada, via taxas e custos a vários setores econômicos, com risco de geração de inflação verde e aumento da pobreza", disse Leite. O ministro coordena a delegação do Brasil no evento que acontece em Sharm el-Sheikh, no Egito.

Ele também citou o mercado regulado de carbono e a monetização dos ativos ambientais como potência nacional que colocará o Brasil na liderança da compensação de emissões na exportação de créditos de carbono para países e empresas poluidoras.

Além disso, elencou como avanços dos últimos anos o Novo Marco do Saneamento e Resíduos, os resultados do programa Lixão Zero e as iniciativas de pagamentos por serviços ambientais, reciclagem. 

"Os governos têm a responsabilidade de atuar nesta agenda com racionalidade sem discursos populistas e utópicos", comentou. Ele também citou como exemplo de política pública de sucesso o financiamento para a renovação de frotas de caminhões, carros, tratores e embarcações. 

"No Brasil, temos mais de 900 mil caminhões com mais de 25 anos, imagine esta quantidade de veículos ao redor do mundo, isto sim reduz emissões, melhora a saúde pública e gera empregos", justificou.

Sobre as energias verdes, tema da participação brasileira na conferência deste ano, o ministro citou que o Brasil tem a matriz energética mais limpa dentre as grandes nações, com 85% de geração de energia de fontes renováveis. O potencial, entretanto, é muito maior, sobretudo na ampliação da geração de solar e eólicas em terra e no mar.

Os debates da COP27 foram iniciados no dia 6 de novembro e vão até sexta-feira (18). O objetivo dos ambientalistas e dos países em desenvolvimento é fazer com que os países mais ricos se comprometam com a criação de um fundo para cobrir os danos causados pelo aquecimento global.

Nesta semana, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), também participará da COP27, no Egito. Além do petista, vão os senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP) e Renan Calheiros (MDB-AL) e a deputada federal eleita por São Paulo Marina Silva.

O convite foi feito pelo Consórcio de Governadores da Amazônia Legal. No evento, a expectativa é que Lula, diante de líderes mundiais, reforce seu compromisso com a agenda ambiental.


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