População da Ilha das Flores reclama de falta de assistência da Defesa Civil em Porto Alegre

População da Ilha das Flores reclama de falta de assistência da Defesa Civil em Porto Alegre

Marca do Guaíba continua em queda e atingiu hoje menor nível em mais de 20 dias na Capital

Felipe Faleiro

Helena afirma que órgão municipal teria pedido para deixar casa bagunçada em razão das vistorias

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A marca da régua do Guaíba, no Cais Mauá, localizada no Centro Histórico de Porto Alegre, foi de 1,47 metro na manhã desta quarta-feira, antes da chuva que deve atingir a Capital, e mantendo a tendência de baixa. O índice foi o menor pela medição da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) desde o dia 13 de novembro, e confirmou a saída da cota de cheia no curso d'água, que é de 1,80 metro no local.

No bairro Arquipélago, um dos grandes dramas vividos por moradores da Ilha das Flores é a ausência da Defesa Civil, de acordo com eles. A aposentada Helena Menezes disse que o órgão da Prefeitura passou no local apenas depois da enchente de setembro, e depois esteve em outras casas, mas não na dela. Ela vive sozinha em uma residência simples, em que um trapiche foi construído após este episódio de cheia.

Ao lado, mora a neta, Eula Eduarda Menezes, e a bisneta, de apenas 7 anos. A menina, que está no 1º ano, não consegue ir à escola. “A Defesa Civil pediu para mantermos a casa assim, pois seria feita a vistoria. Isto foi em setembro, e até agora não tivemos retorno. Ligo para lá e simplesmente não me atendem”, comentou ela, se referindo às visitas dos agentes nas ilhas para concessão dos benefícios, como o cartão de auxílio de R$ 3 mil para compra de móveis e eletrodomésticos, dentro do chamado Programa de Recuperação Emergencial e Auxílio Humanitário. 

Conforme Helena, há mais pessoas nesta situação, fato que motivou novo protesto de mulheres e crianças na noite de terça-feira, na BR 290. Segundo a assessoria de Comunicação da Defesa Civil Municipal, hoje os vistoriadores estiveram na Ilha das Flores, e provavelmente devem fazer uma inspeção na residência da moradora. Quem estiver necessitando de atendimento do tipo deve entrar em contato pelo telefone 156, opção 9, ou buscar o Cras local, e que era incorreta a ligação direta para o órgão.


Correio do Povo
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