Porto Alegre sedia seminário para discutir experiências no transporte cicloviário

Porto Alegre sedia seminário para discutir experiências no transporte cicloviário

Evento no Teatro Unisinos traz representantes do Brasil e países da América Latina

Felipe Faleiro

Prefeito Sebastião Melo fez a abertura do evento nesta quinta-feira

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As experiências relacionadas ao transporte cicloviário de Porto Alegre e outras cidades do país e América Latina estão sendo compartilhadas no Seminário Mobilidade + Ativa: Caminhos para Bikes em Porto Alegre, que ocorre nesta quinta-feira. O evento, com a presença de autoridades da Prefeitura, Câmara Municipal, entre outros, é promovido pela Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (SMMU) no Teatro Unisinos, no bairro Boa Vista, trazendo debates e compartilhamento destas diversas experiências.

A Capital, que conta hoje com 77 quilômetros de ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, tem seu Plano Diretor Cicloviário desde 2009, e está em vias de revisão do mesmo, projeto este que é discutido há meses em audiências públicas com a participação de órgãos públicos e usuários. O desafio da Administração é promover a ampliação deste número, e, para isto, a Prefeitura busca se espelhar nas ações que ocorrem em localidades como São Paulo, Florianópolis, Recife e Buenos Aires, cujos representantes estiveram no seminário.

“Mantemos um diálogo permanente a respeito do assunto cicloviário em nossas reuniões setoriais. Agora, conseguimos desenvolver este seminário para que possamos também trazer estas experiências de fora. É importante ouvir a respeito do que estes representantes têm a dizer a respeito do que deu certo em suas cidades. Como eles estão implantando e pensando de verdade sobre o uso da bicicleta”, afirmou o titular da SMMU, Adão de Castro Júnior.

A abertura do evento foi feita pelo prefeito Sebastião Melo. “Espero que este debate sirva para fundamentalmente provocar um embasamento para uma mudança no Plano Diretor. Que possamos, aqui, colher as experiências que deram certo, bem como aprender com as que não deram certo”, afirmou ele. Melo citou, como exemplo, o terminal de ônibus do bairro Restinga, que não tem espaço para guarda de bicicletas, apesar de o bairro em si ter por volta de 100 mil habitantes. “Isto tem que sair, se não, se torna discurso antigo”, disse.

O gestor de trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de São Paulo, Adail Zerio Júnior, trouxe a experiência da capital paulista. Por lá, a rede cicloviária tem 669 quilômetros, ou seja, mais de oito vezes a de Porto Alegre, e as metas são aumentar em mais 300 quilômetros até 2024, e mais 830,8 quilômetros até 2028, alcançando 1,8 mil quilômetros. As bicicletas, de acordo com ele, reduziram, em 2018, 18% as emissões de dióxido de carbono na atmosfera em 2018.

Há em São Paulo, conforme Adail, a Auditoria Cidadã, iniciativa de uma associação de ciclistas local que expõe as condições das ciclovias. Os relatos são encaminhados diretamente aos órgãos públicos. Outro é a contagem volumétrica em tempo real dos ciclistas que utilizam a rede paulistana. Os dados estão disponíveis em tempo real no site da CET. Ambos os itens chamaram a atenção do secretário Adão, que disse querer saber mais detalhes. “Viemos conversar com a Prefeitura de Porto Alegre, sobre o que está funcionando e quais as soluções que ainda podem ser aperfeiçoadas”, comentou o gestor de tráfego da CET.


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